Daniela Wiethölter/ON
Nesta semana o Ministério da Saúde lançou editais para a abertura de 6.120 novos leitos na rede pública de saúde para tratamento de usuários de crack e outras drogas. O pacote prevê a liberação de mais de R$ 140 milhões e faz parte do Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, lançado em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os recursos já estão disponíveis.
Com apenas seis leitos específicos para o tratamento de dependentes de drogas no Hospital Municipal e outros seis no Hospital da Cidade, a expectativa é de que o município possa ampliar o atendimento com o apoio do novo programa. Segundo o secretário de Saúde, Alberi Grando, existe uma grande carência de leitos nos hospitais de Passo Fundo, que internam eventualmente este tipo de paciente. A dificuldade acontece especialmente porque a remuneração para este tipo de internação não atrai os hospitais, que preferem manter a maioria dos leitos para atendimento de alta complexidade.
Conforme Grando, seriam necessários pelo menos 20 novos leitos públicos para atender exclusivamente pacientes dependentes químicos. Em situações extremas o município precisou internar pacientes em outras cidades, como Erechim e Santo Ângelo.
No entanto, para ampliar o número de leitos para os passo-fundenses, a iniciativa depende dos próprios hospitais, que precisarão se candidatar aos processos licitatórios. Não existe ainda uma estimativa de quantos leitos poderão ser criados na cidade, mas o secretário acredita que os hospitais da Cidade, São Vicente de Paulo e o Municipal poderão participar da seleção.
Segundo a assessoria de imprensa do Hospital da Cidade, a instituição deve analisar a possibilidade assim que receber o edital de licitação. No Hospital São Vicente de Paulo, que atualmente não possui leitos específicos para dependentes, somente para atendimentos psiquiátricos, a direção do hospital informou que está a par dos editais publicados para a ampliação dos leitos para dependentes, mas ainda não tem definição quanto à participação no programa.
Plano de Enfrentamento ao Crack
Do total de leitos, 2.500 serão ofertados em hospitais gerais para tratamento de intoxicação aguda e abstinência e 2.500 em comunidades terapêuticas, que acolhem usuários sem quadro clínico complicado. A previsão é implantar mais 600 leitos nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps), que funcionam 24 horas. O restante, 520 leitos, será para abrigar, por até 40 dias, usuários que vivem nas ruas.