O processo eleitoral do Brasil é um modelo mundial de tecnologia, transparência e agilidade na apuração dos resultados. Na contramão de toda a evolução, partidos, candidatos e cabos eleitorais ainda utilizam técnicas ultrapassadas e agressivas na busca de votos. Espalhar propagandas eleitorais pelas ruas na noite anterior aos pleitos é uma delas. Nestas eleições não foi diferente, mesmo com o apelo do Ministério Público para que esse tipo de agressão ao meio ambiente fosse deixado de lado.
Na manhã de ontem as ruas permaneciam tomadas pelos papéis. O vento ajudou a espalhar as propagandas que invadiram pátios de casas. Para normalizar a situação, a Secretaria de Mobilidade Urbana mobilizou todas as equipes de limpeza. De acordo com o secretário Ermindo Simonetti, mais de 40 pessoas trabalham desde as primeiras horas da manhã nos diversos pontos da cidade onde havia seções eleitorais. "Nestes locais se concentra a panfletagem. As pessoas estão trabalhando para tentar fazer frente a essa situação que se cria na eleição", pontua.
Uma das preocupações da secretaria era referente à possibilidade de chuva. A previsão era de que o trabalho de recolhimento dos papéis fosse concluído até o final da tarde de ontem. Em caso de chuva todo esse material seria levado para os bueiros e poderia causar alagamentos em alguns pontos. "Isso é de praxe. Em todas as eleições acontece e estamos aí para restabelecer o processo normal. O ideal seria que não acontecesse, mas procuramos intensificar o trabalho para normalizar a situação", afirma o secretário. Uma única funcionária da equipe de limpeza recolheu 30 sacos de papel apenas na Avenida Brasil.