Suspensas as reformas no Hemopasso

Após dois anos de obras paradas e cinco anos de atraso, projeto foi suspenso para novamente passar por readequações. Obra deve encerrar apenas em 2011

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Daniela Wiethölter/ON

Uma semana. Este foi o tempo que durou a retomada das obras no Hemocentro Regional de Passo Fundo. As reformas reiniciaram na primeira semana de setembro, após quase cinco anos paradas, com a meta de finalizá-las até o final do ano. No entanto, mais uma vez tudo parou.

Segundo o diretor da unidade, Alex Necker, a ordem de suspensão veio da Secretaria de Planejamento após a verificação de que no último contrato com a Construtora João de Barro não constava importantes obras na unidade, como a reforma de uma peça no bloco C e do atual depósito de resíduos contaminados, readequações no projeto elétrico, definições das divisórias e correções nas medidas de corredores e passagens. "Como a obra tinha ficado parada por quase dois anos e a retomada se mostrava muito difícil, o que devia ter sido feito acabou sendo esquecido", afirmou o diretor.

Sem constar no projeto, a empresa trabalhou apenas uma semana dentro do Hemopasso. A suspensão foi determinada no dia 24 de setembro e desde então a Seplam trabalha nas medições e levantamentos no prédio. Conforme o proprietário da Construtora, Sérgio Montipó, somente o forro de gesso do bloco C foi finalizado, além da demolição de uma sala no bloco B. As obras de três dos quatro blocos que deveriam passar pela reforma ainda em 2005, sequer foram iniciadas e a empresa foi obrigada a dispensar novamente os funcionários que foram contratados especialmente para o trabalho. "Nós recontratamos os operários esperando que terminaríamos a obra até dezembro, mas novamente tivemos que dispensá-los", disse Montipó. O empresário destacou ainda que há uma escassez muito grande de profissionais especializados na cidade, o que pode dificultar a retomada das obras quando as novas readequações estiverem prontas. "São no mínimo 12 profissionais especializados que são muito disputados no mercado", finalizou.

Relembre o caso
As reformas no Hemopasso vêm se arrastando desde 2005. Em agosto deste ano, após mais de um ano estudando os aditivos do novo contrato com a construtora, o município acertou os novos valores e o prazo máximo de 150 dias para a finalização das obras, que começaram a contar da primeira semana de agosto.

O novo contrato incluía a conclusão de três dos quatro blocos que deveriam passar pela reforma ainda em 2005. Em 2007, já com dois anos de atraso, apenas a área dos laboratórios foi parcialmente concluída. O bloco B, único que passou pelas obras em 2009, precisaria ainda dos acabamentos. Nessa área, o projeto previa a instalação de uma lancheria e vestiários para os funcionários, quarto do plantonista, almoxarifado, arquivo, sala de recuperação dos doadores e central de processamento de dados. No bloco A, onde atualmente são realizados os atendimentos e coletas, as obras nunca chegaram a começar.

O total das obras restantes estava orçado em R$ 360 mil, sendo que a empresa já teria recebido R$ 380 mil pelas obras já realizadas até 2009. Nesse montante estavam incluídas as diferenças exigidas pela construtora referentes ao valor da mão de obra e dos materiais de construção.

No total, o custo total das reformas no prédio estava orçado em R$ 1,5 milhão em 2006. Com estas novas readequações e devido ao atraso nas obras, o orçamento pode chegar a R$ 1,8 milhão. Os recursos fazem parte de um convênio entre o município, governo estadual e federal.

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