Glenda Mendes/ON
O início do ano letivo foi complicado este ano em algumas escolas estaduais. Mudanças no sistema, que ampliou de quatro para cinco períodos diários, com a ampliação da carga horária, aumentaram a necessidade de professores contratados em todo o quadro da rede estadual de educação. E este problema foi sentido diretamente pelos alunos que, em alguns casos, ficaram mais de dois meses sem professores em determinadas disciplinas.
Esse foi o caso da Escola Monteiro Lobato, que até o final do mês de julho não vivia em tranquilidade. A escola passou pela experiência de ter professores contratados que assumiram turmas e em apenas uma semana desistiam do cargo. De acordo com a direção, agora a situação é tranquila, mas o começo do ano foi complicado e agravou a situação a demora em encontrar professores que realmente assumissem as turmas. A situação, à época, levou o diretor Olmir Fonini a afirmar à O Nacional que em 11 anos na direção da escola não tinha passado por um problema tão sério como o que passou este ano.
Condição talvez das mais graves foi a vivida pela Escola Salomão Iochpe. Segundo relatos dos integrantes da direção, algumas turmas começaram a ter aulas de matemática e português no final de abril. Inglês, algumas turmas começaram somente em junho. E educação artística persistiu por vários meses sem professor. Como não havia como preencher os períodos vagos pela falta de professores, a saída encontrada pela direção foi dispensar os alunos. Em outras ocasiões, quando havia possibilidade, outro professor atendia a turma. Houve casos em que os alunos ficaram sem ir para a escola por um tempo ou, às vezes, iam para ter duas horas de aula e depois ir embora.
Hoje o quadro de professores na Salomão Iochpe está completo, mas a dificuldade está em fechar um calendário de recuperação das aulas, para que terminem dentro do prazo previsto para o encerramento do ano letivo, em 23 de dezembro.
Recuperações
Como os alunos ficaram sem determinadas aulas no início do ano, agora precisam recuperar os períodos, o que também tem sido uma dificuldade. De acordo com a direção da escola Salomão Iochpe, por exemplo, um ponto positivo é que os professores contratados para suprir as faltas chegaram na escola sabendo da situação e o que precisava ser feito, o que garante que o ano letivo será encerrado, mas ainda sem saber se dentro do prazo previsto.
Conforme a direção, para que os alunos tivessem todas as aulas necessárias, foram ministradas aulas aos sábados, mas não foram suficientes. O problema agora é encontrar horários para que os professores possam fazer estas recuperações. Isso, porque os professores cumprem horas de trabalho em diversas escolas, fazendo com que tenham carga horária fechada para um dia da semana em cada uma das escolas. Entretanto, um cronograma de recuperações está sendo estudado entre direção e setor pedagógico para agilizar o processo.
Final do ano letivo
Os problemas vividos pelas escolas Monteiro Lobato e Salomão Iochpe não foram sentidos, por exemplo, na escola Monte Castelo. Conforme a direção, as faltas foram poucas e em seguida supridas o que vai garantir o término das aulas em 23 de dezembro. A questão faz a direção definir a escola como privilegiada, por não ter sofrido com a falta de professores.
Segundo o coordenador regional de Educação, Heliomar de Lara, o trabalho da 7ª CRE está sendo realizado para que todas as escolas consigam encerrar o ano letivo dentro do prazo. "A princípio, tudo está correndo normalmente. O setor pedagógico está acompanhando, principalmente as escolas onde houve um maior número de falta de professores, mas a princípio está ocorrendo normal", afirma.
Com isso, a previsão da CRE é realmente encerrar as aulas em 23 de dezembro. "Vamos encerrar o ano letivo nessa data, a não ser que ocorra alguma situação anormal. Se não conseguirmos, talvez até o dia 30, mas isso se acontecer algo com alguma escola, pontual, mas creio que não vai haver maiores problemas", salienta Lara.