Acadêmicos da UPF aprendem técnicas americanas de equoterapia

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Novas possibilidades para o tratamento com equoterapia foram ensinadas aos acadêmicos dos cursos de Fisioterapia, Medicina Veterinária, Psicologia e Fonoaudiologia da Universidade de Passo Fundo (UPF). As técnicas foram repassadas pela doutora americana Kris Lager, coordenadora do Centro One Heart Equestrian Therapy, de Ames, Iowa, nos Estados Unidos, membro da Associação Americana de Hipoterapia para Deficientes (NARHA), no workshop ministrado na tarde desta sexta-feira, 22 de outubro, no Parque de Exposições Wolmar Salton (Efrica).

A partir de um cavalo, das novas orientações técnicas, da disposição dos estudantes e voluntários e de recursos lúdicos e pedagógicos, as ações irão beneficiar a saúde, a educação e o desenvolvimento dos alunos participantes do Projeto de Equoterapia da UPF, que desde 2003, em parceria com os Cavaleiros do Planalto Médio, Brigada Militar, Sindicato Rural e Prefeitura de Passo Fundo, entre outras entidades, atende pessoas com deficiência ou necessidades especiais.

A doutora, que trabalha há 10 anos com equoterapia, mestre em fisiologia animal, foi motivada pelas necessidades especiais de sua filha e veio ao Brasil para conhecer os métodos de trabalho da equoterapia desenvolvidos no país e também para repassar aos interessados como funcionam as normas oficiais estabelecidas pela NARHA. A profissional foi convidada pelo professor da UPF Eraldo Zanella, que trabalhou em conjunto com Kelly Lager, marido de Kris, enquanto realizava pós-doutorado no exterior.

Segundo Kris, a Equoterapia é um método multidisciplinar. “Falo isso porque ela utiliza diversas formas de terapias e metodologias de inúmeras áreas do conhecimento. Notamos melhora na postura, na respiração, no caminhar e no sistema emocional dos alunos, entre outros benefícios”, relatou Kris.

Conforme a doutora, as normas da NARHA são desenvolvidas há vários anos e para serem aprovadas passam por avaliação dos membros da associação. De acordo com ela, as normas são enviadas para mais de 700 grupos que as utilizam, para que sejam definitivamente encaminhadas para aprovação oficial. Kris afirmou que as experiências da comunidade são utilizadas na elaboração das normas e contribuem no processo.

De acordo com o professor da UPF Péricles Vieira, a maioria dos centros que trabalha com equoterapia no Brasil não segue normas específicas que regulamentam a atividade, como as dos Estados Unidos. “Existe apenas a Associação Nacional de Equoterapia, que é a referência dos centros no Brasil e sugere algumas orientações. Mas cada centro se organiza de acordo com suas próprias metodologias e recursos que dispõe”, explicou o professor. Vieira destacou que é preciso também ter uma preocupação com o contexto familiar e social em que o deficiente ou pessoa com necessidade especial está inserido para que o trabalho tenha bons resultados. Para isso, o educador acredita que seja importante a participação e o envolvimento da família e de toda a comunidade.

Vieira observou que existe uma iniciativa para tornar o Centro de Equoterapia do Projeto da UPF uma referência não só para a região, mas também para todo o país. Para participar ou contribuir com a iniciativa, os interessados podem entrar em contato pelo telefone (54) 3316-8380.

O Projeto de Equoterapia da UPF

O Projeto de Equoterapia da UPF atende cerca de 70 pessoas por semana. São em torno de 40 acadêmicos, além dos voluntários envolvidos no projeto. A estudante do curso de Fonoaudiologia da UPF, Renata Simionato, integrante da iniciativa, relata como observa o crescimento dos alunos ao longo das atividades. “Analisamos em cada encontro um progresso. Os alunos sempre nos contam como se sentem satisfeitos e felizes com o método. Me sinto honrada em contribuir”, avalia.

Elisabete Keller é mãe de Felipe Keller, que é autista e possui deficiência mental. Para ela, a Equoterapia abriu horizontes para auxiliá-lo nos desafios e atividades do dia a dia. “Depois que meu filho começou o trabalho, demonstrou uma melhora no comportamento, na socialização, na coordenação motora, na parte emocional e psicológica. Só houve melhoras”, conta.

De acordo com os professores envolvidos no projeto, a UPF planeja organizar um intercâmbio dos alunos e professores da instituição com os americanos, para que possam conhecer a realidade do trabalho de ambos os países.

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