Natália Fávero/ON
O projeto Transformação lançou na tarde de ontem uma cartilha sobre como fazer a coleta seletiva e dar o destino correto ao lixo produzido pelos 200 mil habitantes de Passo Fundo. A cerimônia foi realizada na Escola Menino Deus e contou com a participação de entidades e órgãos ligados ao Meio Ambiente. Uma oficina foi realizada para mostrar como o material poderá ser utilizado e reproduzido. Serão distribuídas 18 mil cartilhas com dicas de como separar os tipos de lixo descartados pelas pessoas. O material intitulado de “Transformação - Que comece comigo” tem uma certeza absoluta: a solução para a problemática do lixo e a diminuição dos seus impactos depende exclusivamente de cada um de nós.
A cartilha impressa em material reciclável obtém 23 dicas e informações úteis para qualquer ser humano que queira sobreviver e garantir o futuro dos seus filhos, netos, bisnetos, tataranetos... Passo Fundo chegou a um ponto que não suporta mais absorver todos os resíduos. Nesse sentido, o projeto Transformação está realmente achando formas eficazes e simples para resolver esse problema. No entanto, para obter sucesso é necessário que as atitudes em benefício da qualidade de vida e da sobrevivência das futuras gerações “comece comigo”.
As informações contidas nesse material serão destinadas a lideranças da comunidade, autoridades, educadores e pessoas que possam retransmitir as dicas. O material ensina como as pessoas devem separar o lixo corretamente, os tipos de materiais recicláveis, como eles devem ser armazenados e o destino apropriado para os resíduos.
Transformar, formar e agir essa é a finalidade do projeto. O presidente das associações do Transformação, Luiz Costella, disse que a cartilha tem como objetivo conscientizar os cidadãos sobre a coleta seletiva. Atitude que além de beneficiar o meio ambiente, garante emprego e renda para centenas de pessoas que hoje sobrevivem do sustento que vem do lixo em Passo Fundo. “A coleta seletiva destina corretamente os materiais recicláveis, auxiliando as associações e cooperativas que se sustentam da comercialização do lixo”, explicou Costella.
Há 10 anos, cada pessoa utilizava 1,8 hectares de recursos naturais. Atualmente, são necessários 2,2 hectares, cerca de 25% a mais. O major do 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar, Eliel de Souza Roque disse que as pessoas precisam tomar uma atitude. “O lixo seco pode ser reciclado e o orgânico através da compostagem utilizado como adubo. Se fizermos a nossa parte vamos melhorar o futuro”, disse o major.
Antigamente, as pessoas não faziam a reciclagem porque não tinham consciência sobre os danos ao meio ambiente. O promotor Paulo Cirne ressaltou a importância de um trabalho contínuo na Educação Ambiental para mudar o comportamento errôneo das pessoas.
O secretário do Meio Ambiente, Clóvis Alves disse que as cartilhas vêm ao encontro da implantação dos contêineres que serão instalados na cidade a partir da próxima semana. Serão 350 equipamentos para o lixo seco e a mesma quantidade de contêineres para o lixo orgânico. Informou que além dos dois galpões existentes na cidade que fazem a reciclagem, em breve, haverá outros dois, na Vila Donária e Bom Jesus. “Vamos trabalhar para ampliar a estrutura dos galpões. A maior parte do lixo não irá mais para o aterro, mas para esses galpões, garantindo mais renda para os recicladores. O papeleiro deixou de ser um bico para se tornar uma profissão”, garantiu o secretário.
Lixo vira arte
A quarta-série da Escola Menino Deus é um exemplo de que o lixo pode ser transformado em utilidade. A banda de lata da escola existe há sete anos e utiliza materiais recicláveis como latas, varas de pescar, garrafas pet e metais em instrumentos musicais. A professora de Educação Artística, Andréia Damasceno disse que os alunos transformam o lixo em luxo.