Natália Fávero/ON
Médicos concursados que atuam no Hemopasso continuam descumprindo a carga horária. O caso foi publicado pelo Jornal O Nacional, no início do mês passado. Na tarde de ontem, denúncias anônimas informaram que o médico que deveria estar trabalhando naquele horário teria batido o ponto eletrônico e se ausentado. O profissional já teria recebido uma advertência pelo mesmo motivo. O diretor do Hemopasso, Alex Necker disse que conversará com o médico e caso não houver justificativa, ele será punido mais uma vez, correndo o risco de ficar mais próximo da exoneração do cargo.
Dos três médicos que atuam no local dois deles já foram advertidos por não cumprir às 20 horas semanais (4h diárias). Para ocorrer a exoneração são necessárias três advertências. As denúncias anônimas foram feitas para o vereador Patric Cavalcanti (DEM) que juntamente com a imprensa comprovou que não havia médico no local. O parlamentar acompanha o problema há vários meses e já havia denunciado o caso. “O Hemopasso faz campanha para salvar vidas e os próprios médicos que trabalham lá não estão cumprindo com esse objetivo. Quem não quer trabalhar que dê espaço para outros”, disse o vereador.
O vereador deverá encaminhar a denúncia ao Ministério Público e ao Ministério Público do Trabalho, uma vez que, a RDC 153, resolução da Anvisa, determina que os Hemocentros só podem funcionar, com a presença de um médico.
O diretor do Hemopasso disse que seriam necessários quatro médicos para atender a demanda e atualmente só estão trabalhando com três, sendo que alguns não cumprem o horário. O problema prejudica o atendimento correto do Hemopasso. “O médico cumpre duas funções: uma de atender o doador caso ocorra algum problema e auxilia os enfermeiros na triagem clínica”, explicou Necker.
Há dois meses foi instalado o ponto eletrônico para solucionar o problema, já que, antes o ponto era manual. No entanto, não houve grandes avanços. Necker disse que no primeiro mês as horas não cumpridas foram descontadas e no segundo mês, além do desconto, foram aplicadas as advertências. “Esses profissionais também atuam fora do Hemopasso. Precisamos fazer pelo menos duas contratações emergenciais. Vamos aguardar para ver se esses médicos vão querer trabalhar corretamente ou vão preferir pedir demissão”, disse o diretor do Hemopasso.