Rumo ao Haiti

O Capitão Jefferson Della Valentina, que morou em Passo Fundo dos três aos 15 anos de idade, embarca em fevereiro de 2011 para missão de paz em Porto Príncipe

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Clarissa Ganzer/ON

O Capitão Jefferson Della Valentina , 33 anos, do 19.º Batalhão de Infantaria Motorizado (BIMtz) vai ser o comandante de 200 homens de São Leopoldo que embarcam em fevereiro de 2011 para integrar a Missão de Paz ao Haiti. Este será o 14.º contingente a ser enviado ao país. Apesar de ter nascido em Uruguaiana, o Capitão Jefferson, Comandante da 1° Companhia de Força de Paz, se considera “de coração, um passo-fundense”. Dos três até os 15 anos de idade, o militar morou em Passo Fundo. A família do militar é natural da cidade, bem como a família de sua companheira, com quem tem um filho de dois anos. “O meu pai é militar e o pai da minha esposa é militar, falecido. O pai dela já participou de uma missão de paz. Faz parte da família”, pontua.

O objetivo dos homens na capital haitiana é manter o ambiente seguro e estável: auxiliar a população, participar de ajudas humanitárias, fazer trabalho de segurança de alguns locais onde ONGs atuam, fazer o patrulhamento da área, segurança de autoridades que vão conhecer Porto Príncipe e da imprensa durante o seu trabalho. A base dos 200 militares vai ficar instalada no forte nacional de Porto Príncipe, próximo ao Palácio Nacional, local central e de destaque na cidade.

Desde 23 agosto os profissionais estão fazendo exames médicos, avaliações físicas e psicológicas, tomando vacinas e estudando o idioma creole – falado no Haiti, além do francês e do inglês. São seis meses de preparo e de seis a oito meses de missão no Haiti. Do dia oito a 28 de janeiro de 2011 será realizado o Estágio Básico e Avançado de Operações de Paz na cidade de Pelotas, sendo a última atividade do preparo antes do embarque para o Haiti.

Além do efetivo de 200 profissionais de São Leopoldo, militares de Sapucaia do Sul, Pelotas e da área de Bagé e Santana do Livramento devem ir ao Haiti, somando em torno de 900 pessoas. Até a primeira semana de março de 2011 todos os militares devem estar no país.

Reconhecimento do local
Entre os dias 16 e 23 de outubro, o Capitão esteve em Porto Príncipe para fazer reconhecimento do local. “Já tínhamos noção de como era o Haiti (...). A situação da cidade de Porto Príncipe continua a mesma, mas já melhorou muito pós-terremoto. Grande quantidade da população ainda mora em barracas improvisadas e se encontra muitos escombros. A população é pobre e, apesar do sofrimento, está sempre com um sorriso no rosto, atenciosa e gosta muito do exército brasileiro, a mão a amiga”, diz. O Capitão espera deparar-se com dificuldades durante a missão, em razão da distância da família e por estar em um país com língua e cultura diferentes. Entretanto, salienta a importância do contato com outra cultura e a experiência de vida.

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