Prédio do antigo Cassino da Maroca será restaurado

Empresários passo-fundenses pretendem restaurar o imóvel, mantendo as características arquitetônicas originais, para sediar um escritório de contabilidade e de advocacia. Obras devem iniciar em 2011

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Daniela Wiethölter/ON

Após anos de abandono e ações na Justiça questionando sua importância histórica, o prédio do antigo Cassino da Maroca, foi vendido para dois empresários de Passo Fundo. Desativado há mais de 20 anos e em estado precário de conservação, o prédio foi comprado em 2009 e deve sediar um escritório de advocacia e de contabilidade a partir de 2011. As negociações da venda do imóvel foram realizadas por quase dois anos pelos herdeiros da família Mena Barreto, que atualmente moram em Porto Alegre.

O imóvel, inaugurado em 1941, está localizado na esquina das ruas XV de Novembro com a General Osório, local que abrigou um estabelecimento que marcou momentos históricos para a cidade. Até 1957, o Cassino Palácio, de propriedade da Maroca, era um cabaré de nível internacional - com orquestras vindas da Argentina e do Uruguai. Durante o período da ditadura militar foi sede da unidade do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) e anos mais tarde, serviu de sede para partidos políticos e até sindicatos locais.

Imóvel não é tombado
Em 2007, após diversas reivindicações de moradores da região, que reclamavam do estado precário de conservação, do abandono dos antigos proprietários e a grande circulação de dependentes de drogas e marginais, o Ministério Público moveu uma ação contra o município e os antigos proprietários na tentativa de preservar o prédio. No entanto, segundo um dos novos proprietários, Igor Loss da Silva, a Justiça não aprovou o tombamento até o momento. “A Justiça considerou que não foi determinado o valor histórico do imóvel por ter sido uma casa de prostituição”, relatou.

Mesmo legalmente não considerado um imóvel histórico para a cidade, os novos proprietários pretendem manter as suas características arquitetônicas originais. “Compramos este imóvel justamente pela sua história e por isso queremos manter a sua arquitetura original”, afirmou Loss, que é advogado. A partir de janeiro, o local será isolado com tapumes e inicia a restauração do imóvel. Após a finalização das obras, o que deve levar aproximadamente um ano, o local abrigará o escritório Contalex, que atualmente conta com 35 funcionários e com atuação nas áreas de contabilidade e advocacia.

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