Natália Fávero/ON
A comunidade está sendo prejudicada pelo atendimento precário do PSF Adolfo Groth, localizado no Loteamento Professor Schisler. O local absorve a comunidade da região dos bairros Morada do Sol, Parque do Sol, Xangri-lá, Schisler e Ipiranga. Os principais problemas seriam a falta de materiais necessários para os procedimentos e a grande demanda de atendimentos. O PSF já foi alvo de inúmeras ações de vandalismo e foi reativado em março desse ano devido à necessidade do serviço na comunidade. A Secretaria de Saúde garantiu que os problemas serão resolvidos.
O PSF Adolfo Groth foi criado há cerca de sete anos e está instalado em uma casa improvisada ao lado da escola do bairro. O local é pequeno e de difícil acesso para portadores de necessidades especiais. Os pacientes precisam enfrentar uma escada para chegar até a unidade de saúde que abrange uma população de quase quatro mil pessoas e realiza cerca de 50 atendimentos diários, segundo os funcionários do local.
No final do ano passado, o PSF foi alvo de uma sequência de atos de vandalismo. Equipamentos como geladeira e balança foram roubados e bandidos já colocaram fogo na unidade de saúde. Ele foi fechado durante alguns meses e reativado em março desse ano devido à necessidade de atendimento a população.
Moradores das casas populares do Loteamento do Parque do Sol, que abrange mais de 100 famílias, reclamam da precariedade. Maria Lindalva Sales de Oliveira está no oitavo mês de gestação. Informou que ao invés de ser atendida há duas quadras de casa, precisou procurar atendimento na Cohab por falta de estrutura. “Eu procurei o PSF, mas não tinha material para o atendimento, nem fita para medir a barriga. Tive que ir ao Cais da COHAB. Para chegar lá só de ônibus”, reclamou a gestante.
A presidente do Parque do Sol, Maria Cléia Duarte Pires confirmou a precariedade. Segundo ela, que é mãe de um menino de cinco meses, há poucos dias não tinha balança pediátrica para pesar o seu filho. Maria disse que já comunicaram a Secretaria de Saúde sobre a falta de material. “O PSF já não conseguia atender toda a comunidade antes da vinda dessas famílias pra cá. Imagina agora. Falta material como luva e balança. Há um tempo não tinha nem fita métrica e luvas. Uma médica é pouco para atender a comunidade”, relatou a presidente do bairro.
A demanda foi um dos principais problemas citados pela comunidade. A dona-de-casa, Vanderléia Klein explicou que é muito difícil conseguir uma ficha para consulta. “É muita população para um único PSF”, argumentou.
Problema atinge outros PSFs
O integrante do Conselho Municipal de Saúde, Neri Gomes, disse que a falta de materiais para o atendimento e de estrutura atingem outros PSFs da cidade. Ele disse que os problemas envolvem além da falta de materiais como luva e balança, muitos locais estão com equipamentos estragados e a estrutura ameaçada. Explicou que das 21 equipes da Estratégia da Saúde da Família, apenas 15 equipes são regularizadas. As outras seis, o município estaria mantendo com recursos próprios. “O governo federal destina cerca de 50% para a manutenção dos PSFs. Os que não estão regularizados não recebem essa verba. Estamos gastando recursos desnecessários do município por falta de gestão da secretaria”, disse Gomes.
PPV prevê recursos para PSF
O coordenador do Programa da Saúde da Família no município, Nicolas Guerra Boeno, disse que os problemas de vandalismo que atingiu o PSF Adolfo Groth contribuíram para a precariedade do local. Disse que foram registradas faltas de materiais, mas que hoje o problema já foi resolvido. Boeno informou que o Programa de Prevenção a Violência (PPV) prevê uma nova unidade de saúde para o bairro Jerônimo Coelho. Essa unidade redistribuirá a população e diminuirá o atendimento nos PSFs Adolfo Groth, no Schisler, e no PSF Jaboticabal. O mesmo programa prevê um investimento para melhorar as condições desses dois PSFs. O plano de investimento foi aprovado na semana passada pelo Conselho Municipal de Saúde e agora serão encaminhados os tramites legais. Argumentou que essas unidades mais antigas foram instaladas em casas que antes eram moradias e por isso não atendem os requisitos de estrutura necessários. Mas afirmou que as novas unidades de saúde estão construídas dentro de um padrão que atende as questões de acessibilidade e atendimento adequado a população.