Clarissa Ganzer/ON
Foi com chuva que a 24° Feira do Livro se despediu dos passo-fundenses ontem (15). Durante os dez dias de feira, estima-se que aproximadamente 80 mil pessoas tenham passado pela Praça Marechal Floriano para aproveitar os descontos nas obras, participar de sessões de autógrafos e conferir às 12 horas diárias de atividades culturais. A estimativa é de 38 mil livros comercializados e de acréscimo de 30% nas vendas em relação ao ano passado.
Incentivo
A doméstica Sílvia Cardoso, 36 anos, visitou os estandes não apenas uma vez. Nem duas. Ela, acompanhada dos filhos, passeou pela feira três vezes. “[A motivação da visita é] incentivar o estudo, a leitura”, conta. O filho dela, Robson Natan Cardoso, nove anos, aproveitou os momentos de passeio para pintar e desenhar em um espaço lúdico dentro da feira.
Do além
Bezerra de Menezes. Chico Xavier. Nosso Lar. Você pode até não conhecer a história desses títulos, entretanto já ouviu falar nesses nomes. O presidente da Associação dos Livreiros de Passo Fundo (e gerente da Livraria Espírita Antonina Xavier), Paulo Afonso Eberhardt, comenta que as obras espíritas tiveram um aumento de mais de 100% nas vendas em relação ao ano passado. “Ano passado, cerca de 800 livros espíritas foram vendidos. Este ano, a venda foi de mais ou menos dois mil livros”, afirma. Ele acredita que a procura pelas obras foi estimulada pelos filmes espíritas lançados em 2010. O livro Nosso Lar, de autoria de Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier) estava esgotado.
Mais vendidos
Além do livro Nosso Lar, Comer, Rezar e Amar (de Elizabeth Gilbert), 1808 e 1822 (ambos de Laurentino Gomes) foram as obras mais vendidas. O gerente de uma das livrarias participantes, Vilmar Camargo, assinala o tripé Querido John (de Nicholas Sparks), Comer Rezar e Amar e 1822 como os mais comercializados. “Este ano a feira foi mais dinâmica. Registramos mais movimento e a venda foi expressiva. A programação colaborou para que as pessoas comprassem livros”, opina.
Programação diferenciada
O presidente da Associação dos Livreiros de Passo Fundo comenta que a programação cultural gratuita, que desenvolveu atividades das 10h às 22h, fez com que muitas pessoas circulassem pela feira. No domingo (14), por exemplo aproximadamente mil pessoas acompanharam o espetáculo Auto da Paixão e da Alegria do Grupo Timbre de Galo. Ele complementa que esta feira registrou a maior sessão de autógrafos. A sessão foi do patrono da 24° Feira do Livro, Eduardo Bueno, conhecido como Peninha. “Foram mais ou menos 300 autógrafos”, calcula.
Eberhardt diz que há três anos a Feira do Livro de Passo Fundo era precária e que hoje é um grande estande. “As livrarias se mudam para a Praça Marechal Floriano. As pessoas chegam e tem um ambiente protegido, com uma lona de 20 metros de largura. Temos um espaço moderno, iluminado, além de oferecermos bons escritores. Foi uma das melhores feiras”, finaliza.