Clarissa Ganzer /ON
Há dois meses, desde que começou a se preparar com afinco para os exames de ingresso do Colégio Tiradentes da Brigada Militar de Passo Fundo, a calculadora, as regras ortográficas e o colchonete têm feito parte da rotina da aluna Laura Ruschel Cattani, 14 anos, que atualmente cursa a oitava série. Este domingo (21), acontece a primeira das três provas para ingressar na instituição. O exame é intelectual e tem caráter classificatório. Serão 25 questões de Língua Portuguesa e 25 de Matemática.
Para refrescar os conteúdos teóricos, Laura faz aulas duas vezes por semana em um cursinho pré-vestibular. As aulas acontecem nas terças e quintas-feiras das 14h15 às 17h30 e o conteúdo é específico para a prova. “Eles revisam o que foi trabalhado de português e matemática da 5° a 8° série do ensino fundamental”, conta.
Mercado de trabalho
Laura não é a única. Nas classes, ela tem mais 24 colegas que colocaram as matérias já estudadas novamente no dia a dia. A funcionária do curso pré-vestibular que faz este preparo, Rita de Cássia Hagen, comenta que em 2009 já existia o interesse de alguns alunos, entretanto somente este ano as matrículas foram abertas. “É um cursinho para quem quer entrar no Colégio Tiradentes da BM”, salienta. As aulas começaram em agosto deste ano.
Suando a camisa, literalmente
Mas não são só de palavras e números que os testes para ser aluno do Tiradentes da BM são feitos. Se o aluno for classificado no exame intelectual, ele passa para a segunda e terceira etapa, que compreendem os exames de saúde e físico. E no exame de físico (eliminatório) é a vez de suar, literalmente, a camiseta.
Por isso, quase diariamente, Laura dedica uma hora e meia do seu tempo para fazer flexões e abdominais. A estudante acredita que todo o esforço compensa. “Meu pai me falou do colégio e aí, fiquei sabendo. Tem aulas pela manhã e a tarde e esportes, que são atividades que eu gosto”, avalia. (ver box).
Um banquinho, um violão...
Aulas pela manhã de segunda a sexta-feira, cursinho nas terças e quintas-feiras à tarde. Revisão das matérias nas segundas e quartas-feiras à tarde, exercícios físicos quase diários. O que fazer para relaxar? Laura encontra na música, especificamente nas notas afinadas de seu violão, o tempo que precisa para desacelerar. Não é uma regra, mas na sexta-feira à tarde, a menina dedica seu tempo para a leitura e para o violão. “Ah, estudar e fazer outras coisas, nos dias que não tenho aula à tarde, só depois das 15h, porque tenho que lavar a louça e ajudar minha mãe”, finaliza. Dias antes da prova, Laura vai fazer uma revisão com um professor particular.
O comandante do colégio, Major André Idalmir Savian Juliani, explica que no exame físico (eliminatório) são avaliados três tipos de exercícios.
-Corrida: No tempo cronometrado de 12 minutos, meninas devem percorrer um quilometro e 600 metros e meninos devem percorrer dois quilômetros;
-Abdominais: no tempo de um minuto, meninas devem fazer 25 flexões abdominais e meninos devem fazer 30;
-Apoio/Exercício de braço. Realização de oito apoios para as meninas e de 12 para os meninos. (Os apoios variam o grau de esforço de acordo com o sexo).
Os esportes oferecidos pela instituição são: futebol, vôlei, basquete, handebol, natação, equitação e atletismo. Ainda, existem diferentes atividades extracurriculares no colégio, que incluem do estudo de língua japonesa ao teatro.
Anote aí
A prova intelectual acontece neste domingo (21) no saguão de acesso principal da Eenav (Escola Estadual Nicolau de Araújo Vergueiro), localizada a Rua Paissandu, 1839, Centro. A prova começa às 8h, portanto é bom chegar minutos antes no local para evitar atrasos. Para saber mais, acesse o edital de ingresso no site da Brigada Militar: http://www.brigadamilitar.rs.gov.br/ Boa sorte!
Cinco por vaga
No Colégio Tiradentes da Brigada Militar de Passo Fundo estão disponível 90 vagas (60 para a comunidade e 30 para filhos de policiais militares). Até sexta-feira (12), 344 adolescentes haviam se inscrito, sendo que 43 são filhos de policiais militares e 301 da comunidade em geral. Sendo assim, há cinco alunos por vaga das 60 dedicadas a comunidade e 1,4 por vaga das 30 dedicadas a filhos de policiais militares.