OPINIÃO

Faço terapia, mas faço a minha parte?

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O clima de final de ano nos convida a refletirmos sobre algumas atitudes e comportamentos praticados ao longo do ano. Quando nos submetemos a um tratamento terapêutico, estamos cientes de que ficaremos por um tempo razoável nos encontrando com um profissional, recebendo orientações para uma desejável/possível melhora.

As terapias disponíveis hoje contemplam diversas áreas: terapia para trabalhar habilidades competentes à fonoaudiologia (fonoterapia), fisioterapia, terapia ocupacional, a psicoterapia, entre outras. Quando se inicia uma terapia, seja ela voltada para qualquer uma das áreas acima, o que mais queremos é a melhora do nosso quadro clínico e, quando possível, o desaparecimento (cura) da desordem de base que nos levou a procurar esta linha de tratamento. Muito bem, a quem se deve a responsabilidade pela obtenção de resultados satisfatórios em uma terapia?

Indubitavelmente, em um primeiro momento cabe ao profissional estar devidamente habilitado e qualificado para oferecer este tipo de atendimento, além de comprometido de forma ética e profissional com o bom andamento do seu trabalho. Mas será que indo uma, duas ou três vezes na semana ao terapeuta, os resultados almejados serão alcançados?

Pela prática diária em atendimento com crianças, adultos e idosos com diferentes patologias e quadros clínicos percebemos que a vinda semanal do paciente ao consultório não é suficiente para o seu restabelecimento clínico. Como em vários momentos da vida, precisamos querer melhorar e estarmos dispostos a trabalhar por isso. A prática diária de exercícios que visam readequar padrões neurológicos, por exemplo, é fundamental para o sucesso da terapia, diminuindo inclusive, seu tempo de duração. Pois existem ações, atitudes e até mesmo mudanças que não se podem delegar a terceiros. Só dependem única e exclusivamente de nós. Em todas as idades, o apoio emocional, presencial e prático, assim como o engajamento dos pares e familiares também é condição básica para alcançarmos os objetivos traçados no início da terapia.

A tríade terapeuta/paciente/família, sem dúvidas, divide esta responsabilidade. A força de vontade é alavanca geradora de sucesso e na terapia, isso não é diferente. Enquanto paciente, preciso vivenciar 24 horas por dia as orientações recebidas em terapia. Enquanto familiar (mãe, pai, filho, cônjuge, irmão), é interessante pensar o que me cabe colaborar neste processo reeducativo, que nem sempre é fácil e rápido, exigindo na maioria das vezes, muita paciência, dedicação e, principalmente, motivação. Vejo na família, atuação singular e insubstituível nestes quesitos. E eu enquanto, profissional? Será que tracei os objetivos adequados a serem atingidos em cada sessão? Estou visualizando os resultados necessários e esperados? Se sim, o que fazer para continuar obtendo sucesso? Se não, onde estou errando? Sim, profissionais também erram, mas até aí tudo bem. O problema está em errar e não enxergar, não assumir o erro e persistir no mesmo. Que em 2014 tenhamos a humildade, a sabedoria e a vontade de renovarmos nossa atuação, seja como terapeutas, pacientes ou familiares... não somente em busca da saúde, mas em todos os âmbitos de nossas vidas!

 

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