Adolescentes e álcool: relação perigosa

Pesquisa nacional revela que mais de 70% dos adolescentes já experimentaram bebidas de álcool

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Glenda Mendes/ON

Adolescência, tempo de incertezas e experimentações. Tempo também de decisões impensadas e atitudes impulsivas. Para muitos, é uma etapa de amadurecimento que leva à vida adulta. E para tantos outros, é o momento onde se iniciam os vícios em drogas lícitas e ilícitas. Dentre elas, está o álcool. Uma pesquisa realizada em parceria entre o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) durante o ano passado revela que 76% dos adolescentes brasileiros nunca experimentaram o cigarro. Mas mostra também que 71% já ingeriram bebidas alcoólicas.

O número é alarmante e não reflete casos isolados, pois grande parte dos adolescentes revela, inclusive, que a experimentação e as primeiras doses foram em festas particulares e de familiares.

O hoje jovem de 20 anos, A.M.B, conta que bebeu pela primeira vez aos 13 anos, no aniversário de 15 anos de uma prima, em frente aos pais. Depois disso, o consumo de bebidas alcoólicas passou a ser uma espécie de afirmação dentro do grupo. “Estávamos todos com idades por volta dos 15 anos e todo final de semana tinha festa de aniversário de alguma colega ou amiga. Daí a gente bebia porque todos bebiam”, conta.

Entretanto, segundo delegado Mário Pezzi, da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), os casos atendidos não se referem somente ao consumo em festas. “Geralmente as informações chegam à DPCA pela Brigada Militar e Conselho Tutelar, mas não é só em festas e bares, acontece até casos de uso na rua”, comenta. Quando os fatos chegam até a delegacia, é instaurado inquérito e é responsabilizada a pessoa maior de idade que forneceu a bebida. Segundo Pezzi, são atendidos uma média de três casos por mês.

Com relação às medidas de proteção ao adolescente, a responsabilidade passa a ser do Conselho Tutelar que, conforme Elenir Chapuis, coordenadora da micorregião 2, faz todos os encaminhamentos necessários, inclusive para acompanhamento psicológico, quando necessário. Os casos mais graves, que envolvem também o uso de outros tipos de drogas encontram auxílio para o tratamento no CAPS-AD (Centro de Atendimento Psicossocial – Álcool e Drogas).

A pesquisa
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) foi realizada durante o ano de 2009 com o objetivo de traçar o perfil dos fatores de risco. Foram realizadas entrevistas com 72 mil estudantes, entre 13 e 15 anos, alunos do 9º ano do ensino fundamental de 26 capitais e do Distrito Federal.

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