Famílias voltam a ocupar área de risco na São Bento

Três famílias estão ocupando as margens do riacho Garden. O local é área de preservação ambiental e oferece risco para habitação

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Natália Fávero/ON

Três famílias estão morando novamente em uma área no Loteamento São Bento que já foi desocupada pela prefeitura por oferecer risco. Há pouco mais de um ano, cerca de 30 famílias foram retiradas das margens do riacho Garden e realocadas para o Loteamento Parque do Sol, onde foram construídas cem casas populares entregues em outubro do ano passado. Mas, há alguns meses famílias voltaram a ocupar a área que além de ser considerada de risco é de preservação ambiental.  

As famílias vivem em condições precárias, sem água e com energia elétrica irregular. Além disso, elas representam uma agressão ao meio ambiente, já que o local é considerado área de preservação. A prefeitura colocou algumas pedras às margens do riacho para evitar a ocupação, mas a estratégia não deu certo.

Uma das famílias está no local há um mês e meio. Antes de ocuparem o local moravam no bairro Victor Issler, na casa de um parente. As sete pessoas foram convidadas a se retirar da antiga residência. Sem ter para onde ir e a falta de dinheiro para pagar aluguel fizeram com que ocupassem uma das casinhas que ainda mantinha parte da estrutura da antiga ocupação. Com pedaços de madeira fizeram uma espécie de galpão. Pilhas de tijolos, telhas e areia recebidos de doações demonstram a intenção de ampliar a residência na área irregular. Uma das filhas menor de idade revelou que a mãe está no hospital recuperando-se de uma cirurgia. Disse ainda que permanecerão no local e só sairão se receberem outra moradia. Outras duas casas vizinhas mostram sinais de pessoas habitando.

Posição da Secretaria de Habitação

O secretário de Habitação, Clademir Daron informou que comunicará o setor de Patrimônio da prefeitura para analisar essa situação na São Bento. Daron explicou que todas as 35 famílias que ocupavam a área há um ano foram contempladas com uma casa no Loteamento Parque do Sol. Em relação a essa família que veio da Victor Issler, provavelmente ela será convidada a retornar para a sua antiga moradia para serem beneficiadas em próximos assentamentos. O secretário argumentou que hoje são mais de cinco mil famílias cadastradas em busca de moradia e não pode ceder as ocupações. Ele ressaltou que não pode privilegiar essa família porque há muitas na fila esperando há mais tempo.

Lideranças em Brasília
Daron esteve nessa semana em Brasília, juntamente com o vereador Juliano Roso, Movimento Nacional de Luta pela Moradia e deputado Raul Carrion em busca de recursos para a construção de um projeto habitacional para a ocupação da Vila Isabel que deverá ser desapropriada pela prefeitura no próximo ano. O secretário de Habitação disse que eles estiveram reunidos com o assessor de projetos e o de regularização fundiária do Ministério das Cidades para tratar do assunto. Segundo Daron, o Ministério sinalizou boas esperanças e deverá entrar em contato com a justiça para ter cautela em relação a decisão de reintegração de posse para que o problema seja resolvido.

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