Redação/ON
Desde junho deste ano a obra que pretende transformar o Banhado da Vergueiro em uma praça está parado. O primeiro motivo foi uma denúncia feita pelo Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (Gesp) que apontou para o assoreamento da nascente que fica no local. O problema aconteceu quando máquinas foram utilizadas para fazer o serviço de terraplenagem, o que fez com que resíduos ficassem muito próximos à nascente.
Depois disso, o caso foi discutido entre as entidades de proteção ao meio ambiente e Secretaria Municipal do Meio Ambiente, quando foi decidido pelo acompanhamento da obra por parte desses órgãos para evitar comprometimento ambiental. Com isso, o projeto de remodelação do local foi dividido em duas etapas, sendo que a primeira prevê a construção de uma praça. Para tanto, existem recursos em torno de R$ 500 mil, destinados pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente. Em contrapartida, o município tem que investir R$ 225 mil.
Entretanto, segundo o vice-prefeito e secretário do Planejamento, Rene Cecconello, o atual projeto, que está sendo analisado pela Seplan (Secretaria de Planejamento), demandaria recursos em torno de R$ 1 milhão, obrigando a secretaria a readequar o projeto, fazendo ajustes para que fique dentro do orçamento para a primeira fase, que é a da construção de uma praça. Segundo ele, o projeto precisa ficar em torno de, no máximo, R$ 700 mil, que é o recurso disponível. Com isso, a expectativa de Cecconello é que a readequação se encerre ainda este ano, para que no início de 2011 as obras possam ser retomadas.
Relembrando o caso
São quase dez anos em que a área conhecida como Banhado da Vergueiro faz parte das discussões no que se refere à preservação ambiental. O local, que já foi todo de banhado, abriga uma nascente do rio Passo Fundo. Por muitos anos foi utilizado para depósito irregular de resíduos. Hoje, ainda é possível verificar a água e vegetação típica de locais de banhado, tais como os caraguatás. A importância de preservar a nascente vai desde o abastecimento do rio Passo Fundo até o controle do clima.
Para o local, foi projetada uma praça, com o objetivo de preservar e tornar um ambiente de visitação e conscientização ambiental. Entretanto, em visita ao banhado no mês de junho deste ano, os ambientalistas do Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (Gesp) e integrantes do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap), encontraram uma situação preocupante: a existência de terra, possivelmente decorrente do trabalho e terraplanagem, muito próxima à nascente, com menos de cinco metros de distância.
A grande preocupação foi a proximidade da obra com a nascente. A distância mínima deveria ser de 10 metros. Porém, como ainda existia possibilidade reversão do problema, as entidades fizeram uma denúncia ao Ministério Público, que solicitou providências. De lá para cá a obra está parada, pois, segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Clóvis Alves, o período coincidiu com o processo de análise do projeto para entrada em licitação.