Redação ON
Aprovada no ano passado, a Lei Pietro 11.930, de autoria do deputado Beto Albuquerque, instituiu a Semana de Mobilização Nacional de Medula Óssea dos dias 14 a 21 de dezembro. Em Passo Fundo, para chamar atenção para a data, foi feita uma coleta móvel junto ao posto da Polícia Rodoviária Federal durante a tarde. Os motoristas se mostraram receptivos a campanha e o movimento, considerado bom, ficou na média de 20 cadastros por hora.
Gilmar Schumann, 33 anos, é morador de Tapejara e estava passando pela BR 285 no momento em que foi abordado e convidado para fazer parte da ação. Ele disse que já tinha doado sangue, mas que não sabia como se fazia quando a questão era medula. “O pessoal me explicou bem como era e eu quis ser voluntário. Não sabia que era tão fácil poder ajudar outras pessoas”, ressalta.
O agente rodoviário Daniel Mendonça participou da mobilização juntamente com quatro colegas. “A PRF está trabalhando junto com a equipe do Hemocentro, do Sest Senat e do deputado Beto Albuquerque”, ressalta. Mendonça fala que logo na abordagem é explicado o objetivo e como a pessoa pode se cadastrar. “No primeiro momento ela faz o cadastro com os dados pessoais e telefone para contato. Depois é encaminhada para o ônibus onde faz a doação. O cadastro é encaminhado para um banco de dados e caso essa pessoa seja compatível com alguém é entrado em contato”, completa.
Doação
Para ser doador a pessoa precisar ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde. A doação inicia com preenchimento de um formulário e a coleta de 10 ml de sangue. A partir daí o candidato passar a integrar o Registro Nacional de Doares de Medula Óssea (Redome). O doador não corre risco algum. Assim com o sangue, a medula se recompõe completamente em 15 dias.
Cura do HIV
Pesquisadores alemães anunciaram ter curado um paciente com Aids usando células-tronco adultas retiradas da medula óssea de um doador. Segundo os pesquisadores Timothy Ray Brown, conhecido como o "Paciente de Berlim", pode ser a primeira pessoa a ter se livrado do vírus HIV, causador da Aids, após tratamento com células-tronco. O caso de Brown, no entanto, é algo isolado, de acordo com os cientistas.
Brown era HIV positivo, mas nunca chegou a desenvolver a Aids. Para evitar o surgimento da doença, ele tomava diariamente medicamentos antirretrovirais. Quando descobriu que tinha leucemia e precisaria passar por um transplante de medula óssea, Brown teve que parar com a medicação contra o HIV. Em todos os outros pacientes, a interrupção faz a doença aparecer em questão de semanas. Em Brown, isso não aconteceu. Os cientistas acreditam que a doença não se desenvolveu porque, para o tratamento contra a leucemia, Brown recebeu um transplante de células-tronco com uma mutação - elas não possuíam um receptor chamado CCR5, que é vital à multiplicação do vírus da Aids. Como consequência, o organismo dele conseguiu recompor as células de defesa que tinham sido atingidas pelo vírus.
O caso de Brown é um avanço na busca pela cura do HIV, com base na aplicação de células-tronco geneticamente alteradas. O vírus da Aids infecta 33 milhões de pessoas em todo o mundo.