Leonardo Andreoli/ON
Se no Brasil o Natal é marcado pela intensificação de sentimentos o mesmo não acontece em outras partes do mundo. Quem passa a data fora de casa percebe que as diferenças vão além da falta de decoração. Essa é a percepção do estudante de Engenharia Ambiental da UPF, Marcos Maule Bedin, que desde setembro faz intercâmbio em Barcelona, na Espanha. “Estou em Barcelona, Espanha ou Catalunha - de acordo com os catalães que tentam conseguir sua independência -, realizando um intercâmbio e estudando numa universidade daqui, a UAB.
Nesses últimos dias reparei que o Natal está se aproximando, apesar de que onde eu vivo (uma vila universitária com mais de 2 mil alunos) não haver nenhuma decoração, nenhuma notícia de que o Natal está próximo, a não ser uma árvore de 1,5 metros com alguns pisca-piscas a uns 300 metros da onde vivo. Deparei-me em como é difícil acreditar que o Natal está ali na esquina, sem sentir nenhum espírito de natalino.
Reparei também que aqui, eles possuem um costume diferente, eles não celebram o Natal exatamente como no Brasil. Eles se reúnem com as famílias para celebrar e fazer uma janta de Natal, porém, não há nenhuma entrega de presentes - isso somente ocorre em 6 de Janeiro, dia de Reis, quando é realizada mais uma celebração familiar e se entregam presentes para as crianças.
Apesar dessa diferença, penso em como é difícil passar pela primeira vez uma data como a de 25 de dezembro longe da família, mesmo que tenha amigos. Sem poder me reunir com meus familiares, sem celebrar, montar um presépio, a árvore de natal, preparar a janta, sentir o espírito familiar. Ao mesmo tempo tenho que agradecer a um amigo italiano por ter me convidado a passar o Natal em sua casa junto a seus familiares, os tomarei como minha família pelo tempo que ficarei lá. Será um Natal diferente já que estarei em um ambiente totalmente distinto, além do fator família, devido ao clima já que passarei um natal totalmente encasacado com tudo branco de neve, e por ter expectativas diferentes em relação ao que eu espero dessa data.
Será uma experiência única, não passarei um Natal melancólico e depressivo por estar longe das pessoas que eu amo, longe disso, e tão pouco ficarei feliz por simplesmente estar em um ambiente totalmente ao contrário do que estou acostumado. Tentarei aproveitar cada momento de uma experiência nova e de presenciar um crescimento pessoal ao perceber o valor que existe em passar o Natal com as pessoas que quero bem e de finalmente conhecer o verdadeiro espírito que ronda datas como essas, o valor da família. Pois não é somente em filmes de Natal, que a moral é a união familiar, na vida real isso também existe, ao menos é o que pensa um estudante que ainda não possui nenhum bem econômico em sua vida, mas é feliz de perceber que acima de tudo ainda pode contar com sua família”.
