Para muitos, Natal é sinônimo de festa em casa e com a família. Mas, há quem opte por passar a data em outros lugares do mundo, onde não há celebração ou então os costumes e tradições são completamente diferentes, seja quanto a gastronomia, como as decorações, quanto na vivência do espírito de Natal. Confira a seguir algumas histórias de passo-fundenses que passarão o final de ano em diferentes lugares do planeta
Daniela Wiethölter/ON
Se aqui o período natalino é sinônimo de festas, celebrações religiosas, reuniões em família, e belas decorações em muitos lugares do mundo o Natal pode passar até despercebido. Nos países onde há poucos cristãos, como na China, parte da comunidade não vive o clima natalino a que estamos tão acostumados. Para a família Pimentel, que chegou à China em agosto deste ano - e pela primeira vez passará as festas de final de ano longe - este Natal será bem atípico. “A gente lembra que é Natal porque tem algumas árvores enfeitadas na cidade, geralmente em frente aos shoppings, mas pessoas com sacolas de presentes andando nas ruas, não vi ainda”, relata a radialista Lígia Cristina Voss.
Apesar da China fabricar muitos enfeites e eletrônicos com temas natalinos, nem tudo o que é produzido no país é comercializado lá também. “Muitos produtos são só fabricados aqui por ser mais barato, mas acabam sendo exportados, passando direto da fábrica para os contêineres para o resto do mundo”, explica. Por isso, para comprar decorações de Natal, é necessário procurar nas grandes redes de supermercados ou em lojas de marcas internacionais. “Nestas tem enfeites, mas todos com inscrições de “Feliz Natal” em inglês”, disse.
Como este será o primeiro ano no país, o casal não decorou a casa. “Eu não comprei nada nesse ano. Até porque não estamos vivendo o espírito natalino. Só vamos fazer uma janta com amigos para não passar em branco. Ano que vem comprarei as bugigangas baratas”, revela.
Celebração entre amigos
Lígia conta que na noite de Natal, como os parentes está longe, a opção será se reunir duas famílias brasileiras para uma pequena celebração. Mas, segundo ela, a ceia será bem diferente. “O cardápio não terá Chester, nem peru. Faremos frango, lombo, lasanha, salpicão, arroz do Brasil - pois o arroz daqui é muito ruim de cozinhar -, aperitivos, farofa, e vários doces”, relata. O tradicional amigo secreto também não fará parte do encontro. Já a troca de presentes deve acontecer somente entre as famílias. Conforme Lígia, quem sai na vantagem são as crianças, que pela diferença de fuso horário, acabam recebendo os presentes de Natal dez horas antes do no que se estivessem no Brasil.
Cadê o bom velhinho?
“Parece que estou em outro mundo... Opa, estou mesmo”. Assim, Lígia descreve como são diferentes os costumes no país. Segundo ela, o Natal na China não tem celebrações e nem as tradicionais imagens que lembram os motivos religiosos da data, como presépios e Jesus. O bom e velho Papai Noel, por exemplo, ela não viu em nenhum local. “Só vi para vender em algumas lojas, mas tem que procurar muito”, explica. Para fazer uma verdadeira ceia de Natal também não é fácil. Conforme Lígia, até se encontra nos supermercados peru e chester, mas são muito caros – cerca de R$ 150 - e tão grandes que não entram nos fornos tradicionais. No entanto, se não tem Papai Noel e festa, quem mora na China pode curtir a neve, fenômeno tradicionalmente ligado ao Natal, mas que no Brasil nunca aconteceria nesta época do ano.
Feriado mesmo só no Ano Novo Chinês
Na véspera (24) e no dia de Natal (25) não é feriado na China. Por isso, todos trabalham normalmente, como o marido da Lígia, Juliano Pimentel, que terá expediente normal nesta sexta-feira. “É um dia normal, como qualquer outro. Os chineses continuam trabalhando e nada fecha”, explica Lígia.
Na China, como o cristianismo é minoritário, o Natal não é festejado com caráter religioso. Para eles, o acontecimento de maior importância é a passagem do ano novo chinês, que acontece na primeira lua nova depois do solstício de inverno, entre 15 de Janeiro e 15 de Fevereiro. Em 2011, o feriado acontece entre 2 de fevereiro a 8 de fevereiro. Lígia explica que como neste feriado tudo para no país e as empresas estrangeiras precisam antecipar seus pedidos e fazer estoques para no mínimo dois meses.