Papai Noel surfista

Há três anos vivendo na Austrália, o porto-alegrense que tem família em Passo Fundo conta como é o Natal na terra dos cangurus

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Clarissa Ganzer/ON

Ao pensar no Papai Noel o que vem a sua cabeça? Um senhor barrigudo, barbudo com cara de gente boa e vestindo touca e botas. Esta é a figura do bom velinho, construída e sustentada por anos no imaginário coletivo das pessoas de todo mundo. Entretanto, no Brasil, o Papai Noel seria mais crível se usasse uma bermuda, camiseta de mangas curtas e chinelo de dedo.

Se no final do ano em Passo Fundo, as temperaturas são superiores a 30°C, do outro lado do mapa, na Austrália, as temperaturas são ainda mais elevadas. Entretanto, o sol que insiste em tentar derreter os australianos é compensado pelas mais belas praias do mundo.

E foi em uma região conhecida pelas temperaturas altas, pelas vinícolas e pelo surf - considerado um dos lugares com o esporte mais consistente e as maiores ondas do país – que Maurício Bandeira Chaves, 27 anos, passou o seu primeiro Natal na Austrália.

Vila do Chaves australiana  

O administrador - que hoje trabalha como chef de cozinha - vive desde agosto de 2007 na Austrália, atualmente em Sidney. A sua estreia natalina na terra dos cangurus foi bem diferente. “Eu passei em Margaret River, na costa oeste da Austrália, que fica a três horas e meia para o sul de Perth. [ver mapa 1].  Como foi o meu primeiro Natal lá e não conhecia muitos australianos, passei  com um grupo de brasileiros que moravam comigo na Vila do Chaves (o apelido que a gente deu pro condomínio que morávamos)”, lembra. Ele diz que quando foi pra Margaret River com seus amigos, atravessou o deserto e registrou 47°C graus. “Foi o dia mais quente do ano lá no WA (western australia) [Ocidente Australiano]”, acrescenta. Ele diz que nesse ano, eles elaboraram um amigo secreto e acamparam.

Ceia atrasada
De acordo com o chef, os australianos celebram o Natal com a ceia no dia 25. “A maioria dos australianos celebram o Natal, mas eu sinto que não tem o mesmo valor que tem para os brasileiros, já que somos a maioria católicos e valorizamos muito mais a família que eles”, acredita.

Outra peculiaridade é que no país, existe a tradição de fazer festas de Natal com os amigos em outras datas antes do dia 25. “No meu trabalho fizemos a nossa festa de Natal fim de semana passado, e todo final de semana, desde o início de dezembro, alguém me convida pra alguma festa”, conta.

Mas calma, lá. Também existem muitas semelhanças entre as comemorações. Na Austrália, eles também decoram as casas e montam as tradicionais árvores de Natal.  

On the road

Em 2010, Maurício vai passar o dia 25 na estrada. Ele está a caminho do Woodford Music Festival, que inicia no dia 26 de dezembro até 1° de janeiro. Este é um festival estilo hippie no norte de Queensland (QLD)- que fica a umas quatro horas de Brisbane e da Gold Coast.

Apesar de viver há três anos no exterior, há um ano, ele passou o Natal com todos seus familiares em Porto Alegre. Embora sua mãe e seus irmãos vivam em Passo Fundo, a sua família é natural da capital. “Sentirei muitas saudades da família no dia de Natal. Família é o que mais faz a gente sentir falta no Natal quando se esta longe de casa. Gostaria de desejar um Feliz Natal pra todos os brasileiros. Também quero mandar um Feliz Natal especial pra minha mãe Mariluce, para minha irmã Juliana e para meu irmão Marcelo”, finaliza.

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