Glenda Mendes/ON
Em 1970 iniciava suas atividades em Passo Fundo o Pronto Socorro de Fraturas. O endereço escolhido foi a rua Independência. Começava, então, uma história de sucesso que completou 40 anos de atuação em 2010. Nestas quatro décadas, a instituição mudou algumas vezes de endereço, agregou novos profissionais e transformou-se na maior estrutura de atendimento de ortopedia e traumatologia da região, atuando inclusive como escola, abrigando médicos residentes.
“Um novo conceito no tratamento de ortopedia e traumatologia se iniciou em Passo Fundo no ano de 1970. Era uma clínica que agregava um pronto-atendimento traumatológico com serviço de raio X na própria clínica”, conta o atual presidente da instituição, o médico Rodrigo Tisot. Até então, radiografias eram feitas apenas em hospitais.
A aceitação da comunidade a este novo conceito foi grande, o que levou ao aumento dos profissionais atuantes no corpo clínico. Com isso, houve a necessidade de mudar de endereço e aumentar a infraestrutura física. Assim, a instituição passou pela primeira mudança, passando então a atender na Avenida Brasil, o que ocorreu no ano de 1974.
Na época, a maior procura era ainda pelo atendimento traumatológico. Contudo, alguns anos depois, novamente o corpo clínico incorporava novos profissionais, pois aumentava a demanda pelo serviço ortopédico. E novamente, o espaço físico precisou ser ampliado. Dessa vez, o endereço escolhido foi a rua Paissandu, onde o Pronto Socorro de Fraturas ficou por cerca de 30 anos. “Neste tempo, uma série de reformas foram realizadas para comportar novos colegas que adentraram na instituição, novas tecnologias, novos colaboradores e uma quantidade cada vez maior que se multiplicava de pacientes”, destaca Tisot.
Em meio a atuação na instituição, o corpo clínico assumiu, em 1975, a cadeira de ortopedia da Faculdade de Medicina, “já existia um laço com o ensino médico e em 1978, por intermédio do serviço, se conseguiu montar o primeiro serviço de residência médica do sul do Brasil, fora de capitais, juntamente com o Hospital São Vicente de Paulo.
Porém, na década de 1990, um novo plano de expansão passou a fazer parte das reuniões do corpo clínico. “A clínica situada na rua Paissandu já era novamente pequena e se pensou num local para se fazer essa mudança, agregar novas tecnologias ao longo de décadas sem nunca mais precisarmos mudar de local. Nascia então o planejamento do Hospital Ortopédico (HO) de Passo Fundo”, destaca Tisot.
40 anos, marca nova
Toda essa história resultou na comemoração de 40 anos de atividades completados em 2010. Neste mesmo ano, o Pronto Socorro de Fraturas dava espaço ao Hospital Ortopédico, que em espaço físico especialmente construído para abrigar a clínica, fica na avenida Sete de Setembro.
“Essa mudança aconteceu, porque hoje mais de 80% do volume de atendimento médico da instituição é voltado para a ortopedia e não a traumatologia. Então, o nome Hospital Ortopédico demonstra a conotação mais adequada para o atendimento que fazemos aqui na clínica. Ao mesmo tempo, uma marca de quatro décadas não pode simplesmente ser deixada de lado, por isso mantivemos a marca Pronto Socorro de Fraturas no atendimento relacionado aos pacientes do SUS e à filantropia. Assim, este atendimento continua na rua Carlos Cavaco, que fica paralelo a Sete de Setembro”, explica Tisot.
Qualidade
O corpo clínico do HO conta hoje com 21 médicos associados, sendo que dentre a equipe ainda estão atuando os profissionais que fundaram a instituição. Além de referência em atendimento, o hospital é também referência em ensino e pesquisa. De acordo com Milton Roos o HO é “o maior serviço de residência médica do sul do país. Temos seis médicos residentes que entram todo ano e mais de 30 anos de tradição em ensino e pesquisa”, destaca.
Segundo Roos, 40 anos é uma marca histórica e que merece ser comemorada. “Poucas instituições no Brasil conseguem atingir 40 anos. Por isso, sonhos temos muitos, porque a vida obviamente não tem sentido se não temos sonhos. Temos sonhos de expansão e qualificação. Essa estrutura que se criou, que na verdade foi um pioneirismo que tivemos anos atrás, julgamos que era essencial dentro da medicina em Passo Fundo”, salienta o médico.
E os números comprovam o pioneirismo e a qualidade. Conforme Roos, hoje são em torno de 50 mil novos atendimentos anuais, mais de quatro mil atendimentos mensais de pacientes novos entre convênio e particular. No SUS, de acordo com o médico, são mais de oito mil pacientes por mês. “Se somarmos as duas instituições, HO e PSF, chegamos a uma margem de mais de 130 mil pacientes por ano. Isso representa 2/3 da população de Passo Fundo numa área específica da Medicina”, ressalta.