Vigilância em Saúde desconhece caso de leptospirose

Em nota, a prefeitura informou que ainda não recebeu o resultado oficial do exame sobre a causa da morte de um menino de 12 anos. Já o Hospital que atendeu a criança confirmou através a morte por Leptospirose

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Natália Fávero/ON

A prefeitura informou em nota oficial que não há casos de leptospirose no município. A Vigilância em Saúde ainda não teria recebido o resultado da análise da amostra de sangue de Wellington Nunes de Oliveira, de 12 anos, que morreu dias depois de ter se banhado no rio Passo Fundo, no bairro São Luiz Gonzaga. O O coordenador da Vigilância em Saúde, Edison Mocinho, disse que não tem esta informação oficialmente. A amostra de sangue foi encaminhada para o Laboratório Lacen, em Porto Alegre e deve chegar nos próximos dias. Segundo ele, até agora há uma suspeita e “não há motivo para uma mobilização contra a leptospirose, como algumas pessoas chegaram a sugerir, pois a situação é de normalidade”.

Mas, o Hospital São Vicente de Paulo, onde o menino permaneceu internado durante cinco dias no CTI, confirmou que os resultados da análise do sangue coletada pelo hospital apontaram a leptospirose como causa da morte. Outros três casos suspeitos (dois homens de 20 anos e uma criança de 13) também foram registrados pelo hospital. Apenas um deles permanece internado.

A mãe do menino, Luciana Oliveira também afirmou que já tinha sido comunicada sobre as causas da morte do filho. Ela fez um apelo e pediu que os pais impeçam que seus filhos freqüentem esses lugares impróprios para banho.
 Na última segunda-feira, a Vigilância Ambiental do município teria emitido sinal de alerta instalando placas no local onde o menino que morreu e um amigo dele que também ficou internado tomaram banho. Segundo levantamento da Secretaria de Saúde, através do setor de vigilância, em 2008 foi confirmado apenas um caso de leptospirose em Passo Fundo; em 2009, foram 4 casos; em 2010, 3 casos, sendo uma morte; em 2011 duas suspeitas, nenhum caso confirmado até hoje.

Índios expostos a água do Rio Passo Fundo
A suspeita de que o menino que morreu poderia ter contraído a doença no Rio Passo Fundo, uma vez que outros pessoas teriam entrado em contato com a mesma água e passado mal. Muitas pessoas, principalmente jovens e crianças, costumam se banhar e até pescar ao longo do rio. Além disso, há muitas moradias construídas bem próximas ao leito. Entre as preocupações estão cinco famílias caingangues que ocupam uma área as margens do rio, atrás da rodoviária. O local acumula lixo e também é propício para a presença de roedores. A coordenadora da Vigilância Ambiental, Elonise Dalpiaz disse que os indígenas correm risco por estarem expostos. Eles vivem em condições precárias de moradia e higiene. Cinco barracos de lona estão montados no local. Entre os moradores, estão muitas crianças. Além de correrem o risco de serem atropeladas pelos veículos que transitam no local, agora podem estar expostas a doenças que vem do rio. Ela disse que a responsabilidade dos indígenas é da Funai, mas ela se comprometeu em verificar a situação.

Gostou? Compartilhe