Redação ON
O atraso na entrega de correspondências registrado em todo o Estado é um problema que se repete há vários meses. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio Grande do Sul, Cássio Menezes, a dificuldade é uma constante há dois anos, justificada pela quantidade insuficiente de funcionários. Menezes diz que seriam necessários mais 30 mil trabalhadores em todo o país, a maioria trabalhando como carteiros. “Precisaria de mais atendentes e operadores de triagem, que são responsáveis por separar as cartas e encaminhar para municípios e regiões do país”, esclarece. O site da empresa afirma que atualmente são 107.992 empregados em todo o Brasil. Mais da metade, 51%, trabalham como carteiros, 21% como atendentes, 12% como operador de triagem e transbordo e 16% em outros cargos.
Em Passo Fundo
O diretor afirma que Passo Fundo também há falta de funcionários. Ele acredita também que falta investimento da empresa para a contratação de pessoal. “Eles estão deixando de contratar. O processo do concurso de 2010 não deu em nada, o concurso foi anulado. É a má administração e o interesse por trás para quebrar a máquina pública. Estamos cansados com tanta corrupção dentro dos Correios.”, argumenta.
Para pressionar a empresa para efetivar um novo concurso, o sindicato organizou uma caminhada ontem (13), a partir das 18h na capital. Cerca de 250 trabalhadores participaram da manifestação que começou no prédio da sede dos Correios de Porto Alegre até a Esquina Democrática.
Maior volume no início do ano
A Diretoria Regional dos Correios, através da Assessoria de Comunicação, esclarece que a ECT possui 7093 colaboradores no Rio Grande do Sul. Ao todo são 4100 carteiros atuando no Estado. A entrega de correspondências no RS é feita de forma regular não havendo situações generalizadas de atrasos.
Os Correios trabalham com uma margem de resto, objetos que são entregues no dia seguinte, de até 6% em cada unidade por dia. No entanto, em janeiro e fevereiro há um volume maior de correspondências em função, principalmente, do envio de IPTU e IPVA, o que impacta na entrega. Nessa conjuntura, anualmente, os Correios trabalham em uma situação de contingência, com hora-extra quando necessário e na qual as férias dos empregados já estão previstas. Ou seja, não é uma situação que acontece durante todo o ano.
Conforme já amplamente divulgado pela empresa, os Correios devem realizar novo concurso público ainda no primeiro semestre de 2011 e já estão contratando mão de obra temporária para auxiliar o trabalho dos carteiros até que o concurso seja efetivado.
Lembramos que os Correios colocam a disposição da população os números da Central de Atendimento dos Correios, nos telefones 3003 0100 (para capitais e regiões metropolitanas), 0800 725 7282 (para as demais localidades) e 0800 725 0100 para sugestões ou reclamações em todas as localidades.
Cancelado três vezes
O concurso dos Correios (ECT) foi cancelado três vezes. Mais de 1 milhão de pessoas se inscreveram para vagas de nível médio e superior, com salários que variam entre R$ 703 e R$ 3.731. As inscrições foram encerradas em fevereiro de 2010, mas só após cinco meses os Correios definiram a empresa responsável pelo processo seletivo. Em 19 de outubro de 2010, a Justiça cancelou o concurso pela primeira vez. Foi feita em 16 de dezembro de 2010 uma audiência pública em Brasília para discutir o novo edital para cargos de nível médio e superior, além de colher sugestões para melhorar o processo seletivo. O próximo pleito, que terá a supervisão da Polícia Federal, tem data prevista para o segundo semestre de 2011. As contratações devem ocorrer em 2012.
