Quais são as nossas áreas de risco?
Pontos críticos de alagamentos são analisados por Secretário de Obras
Daniella Faria/ON
A tragédia na região Serrada do Rio de Janeiro, com quase 800 mortos confirmados, podendo ultrapassar a casa dos mil, reforçou a necessidade de o País instituir o plano nacional de emergência para lidar com situações de crise, como inundações, deslizamentos de terra ou secas extremas. Plano este que pode levar até quatro anos para ser implantado. Enquanto isso, os municípios que sofrem com os efeitos do clima acabam agindo somente depois dos desastres. Na maioria dos casos, sequer reconhecem as áreas de risco existentes. O Nacional fez o mapa das áreas que são consideradas de risco em Passo Fundo, a partir da indicação do secretário de Obras Ermindo Simonetti, ele que já esteve à frente da Secretaria do Meio Ambiente e também da STMUS. Conheça a realidade de alguns pontos. A falta de planejamento das obras, a instalação de casas em banhados e à beira de rios e riachos, além do entupimento de bueiros são algumas das causas que podem agravar situações de emergência.
Nossa Senhora Aparecida
Jurema Lemos Oliveira perdeu cerca de R$ 1 mil em material de trabalho na última chuva. Moradora da rua Nicolau José Ribeiro, sua casa e a fábrica de estopa localiza aos fundos encheram de água até a altura da cintura. Por pouco o maquinário também não foi perdido. A irmã, Liliane Lemos de Oliveira fala que a família viveu momentos dramáticos e de correria para tentar salvar o que podiam. “Desceu água por todos os lados. Vem água desde a RS que cai para cá. O problema começou a acontecer depois que o vizinho fechou os fundos com um muro, então não tem como a água escoar para a rua de trás”, explica.
Simonetti já visitou ao local e diz que a situação é muito complicada. Como as casas foram construídas abaixo do nível da rua, com a construção do muro se formou uma espécie de barragem. Segundo ele, esse é um dos projetos que tem que ser muito bem elaborado, porque no bairro não pode ser usado mais do que tubulações de 60 centímetros. Antigamente, quando não existiam tantas casas, a água que descia se espalhava pelos terrenos e infiltrava. Agora com algumas ruas asfaltadas a água se concentra. “Quando faço uma canalização em virtude da antiguidade tenho que prever o que acontecerá no futuro. Nesse caso, se eu colocar uma canalização de cima para baixo, depois do trevo, crio um alagamento na parte de baixo. Irei tirar de um lugar e criar em outro. Então, não adianta”, esclarece.
“””””””””””””””””””FOTO: Cidade Chuva Nossa Senh. Aparecida””””””””””””””””””””””””””
Loteamento São Bento
Na casa de Solange dos Santos, localizada na rua Osório Chaves o problema com alagamento já existe há pelo menos cinco anos. Entretanto, na última chuva, além de entrar água pela frente da casa, como de costume, começou a alagar também a parte de trás. A galeria localizada no quintal acabou não funcionando, e ao invés de descer a água, acabou transbordando. Solange tem três filhos e diz que no quarto das crianças a água invadiu e atingiu até a cintura. “Perdi muita coisa, como guarda roupa, cama, aparelhos eletrônicos. As paredes começaram a descascar. Minha patroa está me ajudando e me deu algumas coisas, como colchão. Mas o meu maior medo é se chover assim de novo vou perder tudo”, ressalta.
“”””””””””””””””””””FOTO: Cidade Chuva São Bento”””””””””””””””””””””””””””””
Vila Plátanos
A rua Diogo de Oliveira é conhecida há anos por alagamentos quando chove torrencialmente. Mara Lúcia Domingos mora em uma das casas há 13 anos e já nem conta mais quantas vezes perdeu os pertences por causa da água. A casa é localizada na frente de uma sanga. “Moro com minha mãe de 77 anos. Na última chuva tivemos que sair correndo. Tenho cinco crianças e tive que levá-las para a vizinha, porque a água já estava para cima do joelho dentro de casa. Perdi móveis, pia e as roupas o lixeiro levou, estavam sem condições de uso”, relembra. Nesse ponto, segundo o secretário de Obras, está sendo feito uma dragagem e o problema do alagamento deve ser sanado. Estão sendo colocados 12 tubos de 1,20m de largura para dar vazão a água. “Vamos fazer em torno de 400 metros de dragagem. Começaremos na rua Ercílio Cogo até a Castanho da Rocha. Calculo que em questão de dez dias, se o tempo permitir, tudo esteja pronto”, diz.
“”””””””””””””””””””””””””FOTO: Cidade Chuva Plátanos”””””””””””””””””””””””””””””””””””””
Cruzeiro
A casa de dona Terezinha Garcia, no cruzamento das ruas Frei Caneca e Oiapoque enche de lama quando chove. Além disso, em um barranco que desce paralelo a residência onde há um bueiro que está entupido, a água transborda para a rua de trás, a Sete de Setembro em um portão. Segundo ela, quando a chuva é torrencial, a água sobe e leva lixo para o portão. Simonetti explica que uma manutenção por inteira nas tubulações pode sanar o inconveniente.
“”””””””””””””””””””””””FOTO: Cidade Chuva Cruzeiro “””””””””””””””””””””””””””””””””
Boqueirão
O cruzamento das ruas Paissandu e 10 de abril é outro ponto crítico da cidade quando chove. Conforme Simonetti, o alagamento se dá por falta de tubos maiores. “A canalização da 10 de abril, por onde passa água oriunda da Avenida Brasil e a da Paissandu que pega a parte do Boqueirão são de 50 centímetros. Do outro lado vem outra canalização do mesmo tamanho oriunda do EENAV e parte alta do São Vicente. Ela não agüenta a vazão e acaba explodindo na boca de lobo que fica entre a Uruguai e Paissandu na 10 de abril”, explica. Segundo Simonetti já está prevista uma nova canalização de 80 centímetros naquele trecho para que a água possa ser jogada em uma galeria mais embaixo. “Isso deve resolver o problema”, diz.
“””””””””””””””””””””””””””Foto: Cidade Chuva Boqueirão””””””””””””””””””””””””
Centro
O centro da cidade tem alguns cruzamentos onde as canalizações são antigas e com o crescimento da cidade e falta de recuperação acabam rompendo e causando problemas para a comunidade. Um deles é o das ruas Uruguai com Sete de Setembro e Coronel Chicuta, onde as canalizações são insuficientes e a água das boca de lobo acabam saindo pela pista de rolamento e calçada. “São canalizações antigas que duraram muito tempo. A cidade foi crescendo e concentrando as águas. Em muitos casos os tubos estouram e romperam o asfalto, como no trecho das ruas Independência com Teixeira Soares. O problema foi solucionado com a instalação da tubulação adequada”, esclarece. Outro ponto crítico é o cruzamento da XV de Novembro com a rua Teixeira Soares, onde a tubulação é inferior e tem que ser revista para poder ser encaminhada a uma galeria próxima dali.
“”””””””””””””””””””””””””””FOTO: Cidade Chuva Centro””””””””””””””””””””””””””
Vergueiro
A rua General Neto, depois do cruzamento da rua Coronel Gabriel Bastos, por ficar em uma parte baixa depois de uma descida íngreme, com a chuva forte também acumula água. De acordo com o secretário um processo já foi aberto para ver qual a solução do problema e a providência já está em análise.
”””””””””””””””””””””””FOTO: Cidade Chuva Vergueiro””””””””””””””””””””
São Luiz Gonzaga
O final da rua Martins Fontes, paralela ao Presídio, enche de água e faz com que as bocas de lobo explodam. Além disso, uma sanga também passa próximo do local. A solução é uma limpeza e a dragagem.
“”””””””””””””””””””””FOTO: Cidade Chuva São Luiz””””””””””””””””””””””””””””
Operária
Neste bairro existe uma das situações mais críticas. Cerca de 15 casas localizadas na rua Diogo de Oliveira, entre duas sangas, enchem de água com o transbordamento das águas. A água sobe por volta de 40 centímetros com a chuva torrencial. De acordo com uma das moradoras, Vanusa Cimioni, o pai morreu de leptospirose, há quatro anos, por causa de um desses alagamentos da água suja que vem pela sanga que passa atrás da casa. A mãe, Vilma Lara Leiria, que mora há 40 anos no local, fala que obras já foram realizadas, mas de nada adiantou.
“””””””””””””””””””””””””FOTO: Cidade Chuva Operária”””””””””””””””””””””””””””””””
Vila Luiza
A bacia que se forma no cruzamento das ruas 20 de Setembro e São João já é conhecida pela Secretaria de Obras. Simonetti explica que a sanga próxima do local é muito suja, fato confirmado por um dos moradores, Adamir Bica. “A água não consegue ter vazão para chegar até a galeria que passa atrás. A solução é fazer uma tubulação maior, de 80 centímetros e enviesar os canos para que a água siga o mesmo fluxo”, ressalta o secretário.
“”””””””””””””””””””””FOTO: Cidade Chuva Vila Luiza””””””””””””””””””””””””””
Vera Cruz
As últimas quadras da rua Tobias Barreto também sofre com os alagamentos. Segundo o secretário esse problema acontece por falta de planejamento do local. “Além de alagar, a construção de novas residências está fechando parte da canalização. Se não forem tomadas providências imediatas futuramente não terá como a Secretaria entrar no local”, avalia.
“”””””””””””””””””””””””FOTO: Cidade Chuva Vera Cruz”””””””””””””””””””””””””
Secretaria de Obras
O alvará de liberação para construção de casas é dado pela Secretaria de Obras em conjunto com o Meio Ambiente. Entretanto, segundo o secretário, há um número significativo de casas que vem sendo construídas ao longo do tempo sem obedecer a essas regras e que futuramente irão ocasionar problemas. “Um deles é que, quando as construção estão próximas de sangas o meio ambiente não permite a canalização. Só permite que se construam muros de contenção laterais. Entende-se que as águas têm que fluir de forma normal e limpa e não fazendo canalização para tapar a sujeira”, explica. Conforme o secretário a situação de alagamentos já foi resolvida significativamente se comparado com o período de dez anos. “Antigamente quase toda a cidade alagava com chuvas mais fortes”, observa.
Simonetti diz ainda que para solucionar os alagamentos de hoje e conduzir determinadas tubulações para galerias são obras extremamente caras e que exigem um projeto de planejamento. “Na verdade, nessa primeira fase, esses recursos estão previstos no PAC 3. Mas, são para a elaboração de um projeto na questão hidrográfica na bacia de Passo Fundo. A partir disso poderia se trabalhar em cima das galerias e resolver os problemas de alagamentos”, conclui.
Secretaria do Meio Ambiente
O problema de ocupação de lugares em áreas não planejadas é histórico. Um dos motivos é que o Plano Diretor do Município é recente, do ano de 1998, e tem sido revisto constantemente. Nele é definido por legislação a proibição de ocupação de determinadas áreas, tudo em consonância com o Código Florestal. “Nele são determinadas as distancias mínimas, não só para a preservação de rios e sangas, mas essencialmente para a segurança da população”, destaca o coordenador de licenciamento e fiscalização ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Glauco Polita. Segundo ele, o asfaltamento de locais próximos de sangas também prejudica, porque a água na chuva não tem por onde impermeabilizar, escoa e acumula em algum outro local, causando assim transbordamento. Matas ciliares e sangas desprovidas de vegetação também fazem com que possa haver possíveis desmoronamentos. “Fica mais difícil ainda de se lidar quando já há moradias construídas nesse local. Não tem segurança nenhuma e as pessoas ainda reclamam que tem muro quebrando ou casa ruindo. Não foi feito no lugar adequado”, diz.
Segundo Polita hoje, em Passo Fundo, são considerados locais de risco para construções beiras de rios, sangas, encostas de barranco, beira trilho e de estradas. Ele ressalta que em parceria com a Secretaria de Habitação está sendo realizado um levantamento para retirar as pessoas que já moram nesses locais. “A idéia é retirar gradativamente as famílias. Mas tudo tem um preço e agora estamos tentando correr contra o tempo”, conclui.
Plano para drenagem
O vice-prefeito Rene Cecconello informa que o município está preparando um plano para buscar recursos junto ao PAC que visem o desenvolvimento de projetos de drenagem e macrodrenagem da cidade. O processo estão em fase de concepção dos projetos e até agosto deste ano o plano deve estar concluído. Depois disso, o município se habilita para buscar recursos para a execução das obras. Os dois projetos, no entendimento de Cecconello resolverão os problemas históricos de alagamentos na cidade.
Daniella Faria/ON
A tragédia na região Serrada do Rio de Janeiro, com quase 800 mortos confirmados, podendo ultrapassar a casa dos mil, reforçou a necessidade de o País instituir o plano nacional de emergência para lidar com situações de crise, como inundações, deslizamentos de terra ou secas extremas. Plano este que pode levar até quatro anos para ser implantado. Enquanto isso, os municípios que sofrem com os efeitos do clima acabam agindo somente depois dos desastres. Na maioria dos casos, sequer reconhecem as áreas de risco existentes. O Nacional fez o mapa das áreas que são consideradas de risco em Passo Fundo, a partir da indicação do secretário de Obras Ermindo Simonetti, ele que já esteve à frente da Secretaria do Meio Ambiente e também da STMUS. Conheça a realidade de alguns pontos. A falta de planejamento das obras, a instalação de casas em banhados e à beira de rios e riachos, além do entupimento de bueiros são algumas das causas que podem agravar situações de emergência.
Nossa Senhora Aparecida
Jurema Lemos Oliveira perdeu cerca de R$ 1 mil em material de trabalho na última chuva. Moradora da rua Nicolau José Ribeiro, sua casa e a fábrica de estopa localiza aos fundos encheram de água até a altura da cintura. Por pouco o maquinário também não foi perdido. A irmã, Liliane Lemos de Oliveira fala que a família viveu momentos dramáticos e de correria para tentar salvar o que podiam. “Desceu água por todos os lados. Vem água desde a RS que cai para cá. O problema começou a acontecer depois que o vizinho fechou os fundos com um muro, então não tem como a água escoar para a rua de trás”, explica. Simonetti já visitou ao local e diz que a situação é muito complicada. Como as casas foram construídas abaixo do nível da rua, com a construção do muro se formou uma espécie de barragem. Segundo ele, esse é um dos projetos que tem que ser muito bem elaborado, porque no bairro não pode ser usado mais do que tubulações de 60 centímetros. Antigamente, quando não existiam tantas casas, a água que descia se espalhava pelos terrenos e infiltrava. Agora com algumas ruas asfaltadas a água se concentra. “Quando faço uma canalização em virtude da antiguidade tenho que prever o que acontecerá no futuro. Nesse caso, se eu colocar uma canalização de cima para baixo, depois do trevo, crio um alagamento na parte de baixo. Irei tirar de um lugar e criar em outro. Então, não adianta”, esclarece.
Loteamento São Bento
Na casa de Solange dos Santos, localizada na rua Osório Chaves o problema com alagamento já existe há pelo menos cinco anos. Entretanto, na última chuva, além de entrar água pela frente da casa, como de costume, começou a alagar também a parte de trás. A galeria localizada no quintal acabou não funcionando, e ao invés de descer a água, acabou transbordando. Solange tem três filhos e diz que no quarto das crianças a água invadiu e atingiu até a cintura. “Perdi muita coisa, como guarda roupa, cama, aparelhos eletrônicos. As paredes começaram a descascar. Minha patroa está me ajudando e me deu algumas coisas, como colchão. Mas o meu maior medo é se chover assim de novo vou perder tudo”, ressalta.
Vila Plátanos
A rua Diogo de Oliveira é conhecida há anos por alagamentos quando chove torrencialmente. Mara Lúcia Domingos mora em uma das casas há 13 anos e já nem conta mais quantas vezes perdeu os pertences por causa da água. A casa é localizada na frente de uma sanga. “Moro com minha mãe de 77 anos. Na última chuva tivemos que sair correndo. Tenho cinco crianças e tive que levá-las para a vizinha, porque a água já estava para cima do joelho dentro de casa. Perdi móveis, pia e as roupas o lixeiro levou, estavam sem condições de uso”, relembra. Nesse ponto, segundo o secretário de Obras, está sendo feito uma dragagem e o problema do alagamento deve ser sanado. Estão sendo colocados 12 tubos de 1,20m de largura para dar vazão a água. “Vamos fazer em torno de 400 metros de dragagem. Começaremos na rua Ercílio Cogo até a Castanho da Rocha. Calculo que em questão de dez dias, se o tempo permitir, tudo esteja pronto”, diz.
Cruzeiro
A casa de dona Terezinha Garcia, no cruzamento das ruas Frei Caneca e Oiapoque enche de lama quando chove. Além disso, em um barranco que desce paralelo a residência onde há um bueiro que está entupido, a água transborda para a rua de trás, a Sete de Setembro em um portão. Segundo ela, quando a chuva é torrencial, a água sobe e leva lixo para o portão. Simonetti explica que uma manutenção por inteira nas tubulações pode sanar o inconveniente.
Boqueirão
O cruzamento das ruas Paissandu e 10 de abril é outro ponto crítico da cidade quando chove. Conforme Simonetti, o alagamento se dá por falta de tubos maiores. “A canalização da 10 de abril, por onde passa água oriunda da Avenida Brasil e a da Paissandu que pega a parte do Boqueirão são de 50 centímetros. Do outro lado vem outra canalização do mesmo tamanho oriunda do EENAV e parte alta do São Vicente. Ela não agüenta a vazão e acaba explodindo na boca de lobo que fica entre a Uruguai e Paissandu na 10 de abril”, explica. Segundo Simonetti já está prevista uma nova canalização de 80 centímetros naquele trecho para que a água possa ser jogada em uma galeria mais embaixo. “Isso deve resolver o problema”, diz.
Centro
O centro da cidade tem alguns cruzamentos onde as canalizações são antigas e com o crescimento da cidade e falta de recuperação acabam rompendo e causando problemas para a comunidade. Um deles é o das ruas Uruguai com Sete de Setembro e Coronel Chicuta, onde as canalizações são insuficientes e a água das boca de lobo acabam saindo pela pista de rolamento e calçada. “São canalizações antigas que duraram muito tempo. A cidade foi crescendo e concentrando as águas. Em muitos casos os tubos estouram e romperam o asfalto, como no trecho das ruas Independência com Teixeira Soares. O problema foi solucionado com a instalação da tubulação adequada”, esclarece. Outro ponto crítico é o cruzamento da XV de Novembro com a rua Teixeira Soares, onde a tubulação é inferior e tem que ser revista para poder ser encaminhada a uma galeria próxima dali.
Vergueiro
A rua General Neto, depois do cruzamento da rua Coronel Gabriel Bastos, por ficar em uma parte baixa depois de uma descida íngreme, com a chuva forte também acumula água. De acordo com o secretário um processo já foi aberto para ver qual a solução do problema e a providência já está em análise.
São Luiz Gonzaga
O final da rua Martins Fontes, paralela ao Presídio, enche de água e faz com que as bocas de lobo explodam. Além disso, uma sanga também passa próximo do local. A solução é uma limpeza e a dragagem.
Operária
Neste bairro existe uma das situações mais críticas. Cerca de 15 casas localizadas na rua Diogo de Oliveira, entre duas sangas, enchem de água com o transbordamento das águas. A água sobe por volta de 40 centímetros com a chuva torrencial. De acordo com uma das moradoras, Vanusa Cimioni, o pai morreu de leptospirose, há quatro anos, por causa de um desses alagamentos da água suja que vem pela sanga que passa atrás da casa. A mãe, Vilma Lara Leiria, que mora há 40 anos no local, fala que obras já foram realizadas, mas de nada adiantou.
Vila Luiza
A bacia que se forma no cruzamento das ruas 20 de Setembro e São João já é conhecida pela Secretaria de Obras. Simonetti explica que a sanga próxima do local é muito suja, fato confirmado por um dos moradores, Adamir Bica. “A água não consegue ter vazão para chegar até a galeria que passa atrás. A solução é fazer uma tubulação maior, de 80 centímetros e enviesar os canos para que a água siga o mesmo fluxo”, ressalta o secretário.
Vera Cruz
As últimas quadras da rua Tobias Barreto também sofre com os alagamentos. Segundo o secretário esse problema acontece por falta de planejamento do local. “Além de alagar, a construção de novas residências está fechando parte da canalização. Se não forem tomadas providências imediatas futuramente não terá como a Secretaria entrar no local”, avalia.
Secretaria de Obras
O alvará de liberação para construção de casas é dado pela Secretaria de Obras em conjunto com o Meio Ambiente. Entretanto, segundo o secretário, há um número significativo de casas que vem sendo construídas ao longo do tempo sem obedecer a essas regras e que futuramente irão ocasionar problemas. “Um deles é que, quando as construção estão próximas de sangas o meio ambiente não permite a canalização. Só permite que se construam muros de contenção laterais. Entende-se que as águas têm que fluir de forma normal e limpa e não fazendo canalização para tapar a sujeira”, explica. Conforme o secretário a situação de alagamentos já foi resolvida significativamente se comparado com o período de dez anos. “Antigamente quase toda a cidade alagava com chuvas mais fortes”, observa. Simonetti diz ainda que para solucionar os alagamentos de hoje e conduzir determinadas tubulações para galerias são obras extremamente caras e que exigem um projeto de planejamento. “Na verdade, nessa primeira fase, esses recursos estão previstos no PAC 3. Mas, são para a elaboração de um projeto na questão hidrográfica na bacia de Passo Fundo. A partir disso poderia se trabalhar em cima das galerias e resolver os problemas de alagamentos”, conclui.
Secretaria do Meio Ambiente
O problema de ocupação de lugares em áreas não planejadas é histórico. Um dos motivos é que o Plano Diretor do Município é recente, do ano de 1998, e tem sido revisto constantemente. Nele é definido por legislação a proibição de ocupação de determinadas áreas, tudo em consonância com o Código Florestal. “Nele são determinadas as distancias mínimas, não só para a preservação de rios e sangas, mas essencialmente para a segurança da população”, destaca o coordenador de licenciamento e fiscalização ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Glauco Polita. Segundo ele, o asfaltamento de locais próximos de sangas também prejudica, porque a água na chuva não tem por onde impermeabilizar, escoa e acumula em algum outro local, causando assim transbordamento. Matas ciliares e sangas desprovidas de vegetação também fazem com que possa haver possíveis desmoronamentos. “Fica mais difícil ainda de se lidar quando já há moradias construídas nesse local. Não tem segurança nenhuma e as pessoas ainda reclamam que tem muro quebrando ou casa ruindo. Não foi feito no lugar adequado”, diz.
Segundo Polita hoje, em Passo Fundo, são considerados locais de risco para construções beiras de rios, sangas, encostas de barranco, beira trilho e de estradas. Ele ressalta que em parceria com a Secretaria de Habitação está sendo realizado um levantamento para retirar as pessoas que já moram nesses locais. “A idéia é retirar gradativamente as famílias. Mas tudo tem um preço e agora estamos tentando correr contra o tempo”, conclui.
Plano para drenagem
O vice-prefeito Rene Cecconello informa que o município está preparando um plano para buscar recursos junto ao PAC que visem o desenvolvimento de projetos de drenagem e macrodrenagem da cidade. O processo estão em fase de concepção dos projetos e até agosto deste ano o plano deve estar concluído. Depois disso, o município se habilita para buscar recursos para a execução das obras. Os dois projetos, no entendimento de Cecconello resolverão os problemas históricos de alagamentos na cidade.