Clarissa Ganzer/ON
Todo ano, milhares de jovens vem a Passo Fundo para estudar. Em 2011, a Universidade de Passo Fundo e a Imed juntas recebem mais de três mil alunos. Esses jovens, na maioria das vezes, optam por morar na cidade, já que vão passar de quatro a seis anos, no mínimo, estudando aqui. Os primeiros meses do ano, período que antecede o início das aulas, movimentam o mercado imobiliário.
Segundo o vice-presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da 3° Região (Creci-RS), Alceu Gehlen França, em janeiro e fevereiro a procura por imóveis para alugar cresce de 50% a 60% em relação a outras épocas do ano. A busca por apartamentos pequenos e kitinetes aumenta 80%. “A partir do momento que sai o resultado do vestibular das principais instituições de ensino da cidade, as famílias começam a se movimentar, principalmente as que não são de Passo Fundo. A procura vai até começo de março”, afirma.
O vice-presidente diz que uma parte dos imóveis disponíveis no momento foi desocupada por pessoas que já terminaram a graduação e que liberam os espaços para outros estudantes. Em Passo Fundo, existem mais de cem imobiliárias e dessas, mais de 80 trabalham com aluguéis. França indica que o caderno imobiliário do jornal e a internet - muito utilizada pelos jovens - são as maneiras mais comuns para obter informações sobre o futuro imóvel. “Quando o cliente chega na imobiliária ele já viu a maior parte dos apartamentos que interessam pela internet”, conta.
Compra de apartamentos
Há alguns anos, pela facilidade de se fazer financiamentos, muitas famílias optam por comprar apartamentos e usam o valor mensal que seria para o aluguel, para quitar as parcelas.
Perfil dos apartamentos
As kitinetes e os apartamentos de um dormitório são os preferidos pelos futuros profissionais. “Um diferencial que nós não temos e a procura é muito grande é a Kitinete ou apartamento de um dormitório com garagem”, avalia. Nesses casos, o estudante busca com vizinhos ou amigos da cidade natal que também pretendem morar aqui um apartamento com dois ou mais dormitórios com garagem. Aliás, dividir apartamentos é uma alternativa muito comum para amenizar os custos de viver em outra cidade e deixar os pais mais tranqüilos.
Dividir o apartamento
A estudante de jornalismo Nathalia Dall Agnol Leal, 18 anos, começou a estudar na cidade em 2010, no turno da manhã. Durante um ano, todos os dias, ela saia de Lagoa Vermelha e vinha a Passo Fundo. Ela embarcava no ônibus às 6h15 para chegar na instituição de ensino às 7h40. “Era muito cansativo”, comenta.
Em 2011, depois de arrumar um trabalho na própria universidade onde estuda, ela mudou radicalmente. Saiu de Lagoa Vermelha e passou a dividir um apartamento com mais duas meninas, uma de Sananduva e outra de Vacaria. “Optei por dividir porque é mais barato e tem segurança. Outra porque sou filha única e meus pais não iam ficar seguros se morasse sozinha, ainda mais numa cidade maior que a minha”, argumenta. Nathalia reconhece que o seu dia a dia mudou e sente falta dos pais, já que agora ela é a responsável por lavar a roupa, limpar a casa e cozinhar, mas lembra que dividir um apartamento é muito divertido. “É um máximo”, garante.