Estrutura do PSF do Zacchia não é aproveitada

A unidade de saúde do bairro é uma das mais modernas e maiores do município, com investimento de R$ 800 mil

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Natália Fávero/ON

Inaugurado em 2008, o PSF do bairro José Alexandre Zacchia dá inveja em muitas unidades de saúde espalhadas por Passo Fundo. Conforme informações divulgadas em 16 de julho de 2008 pela prefeitura, foram investidos cerca de R$ 800 mil na construção e a ideia inicial era colocar duas equipes de PSFs, com profissionais e auxiliares, para oportunizar serviços gratuitos a comunidade em diversas especialidades de saúde. Essa foi a maior obra dos últimos 15 anos na área de saúde no município. São 711 m² de construção, 22 salas e deveria beneficiar oito mil moradores. Além disso, a prefeitura firmaria convênio com acadêmicos da Faculdade de Medicina da UPF, da disciplina de Saúde Pública, aumentando os serviços prestados à comunidade. Mas, depois de quase três anos a maioria dessas promessas não foram cumpridas.
Ao longo desses anos, a comunidade do Zacchia realizou no mínimo três manifestações reivindicando mais médicos, fichas e ampliação do horário de atendimento. A última delas foi na quarta-feira (26). O PSF é a única unidade de saúde da comunidade. O bairro é um dos mais afastados do centro.

Segundo o presidente da Associação de Moradores, Nilson Santa Helena da Silva são distribuídas apenas cinco fichas e só um médico atende no local. O quadro é insuficiente para atender os quase oito mil moradores. “Têm muitos municípios com menos população que o Zacchia e com uma estrutura bem melhor”, questionou Silva.

Segundo ele, para cada três mil pessoas deveria ter uma unidade de saúde. No caso do Zacchia, eles pedem mais uma equipe de PSF.  Além disso, também cobram o convênio com a UPF que ainda não saiu do papel. “Precisamos de médicos, especialistas, a liberação de fichas, mais funcionários, mais agentes de saúde e atendimento 24 horas”, reivindicou o presidente do bairro. Uma das moradoras do bairro, Sirlei Santos Macedo, disse que três pessoas socorridas elo cunhado dela acabaram morrendo dentro do carro porque não deu tempo de chegar ao hospital. “A situação aqui está muito difícil. Não há atendimento suficiente para atender a demanda e procurar ajuda no centro é muito longe. Precisamos de um plantão 24 horas”, enfatizou a dona-de-casa.

Reunião hoje a tarde
Nesta sexta-feira (28/01), uma comissão de moradores terá uma audiência com o secretário de Saúde, Jairo Caovilla e com o Conselho Municipal de Saúde para tratar do assunto. Será às 15h, na sede da Secretaria de Saúde.

Secretário disse que há dois médicos
O secretário de Saúde informou que há dois médicos no PSF que atendem 8 horas diárias e devem consultar quatro pacientes por hora. Segundo ele, a equipe da unidade de saúde está completa. Em relação ao plantão de 24 horas, Caovilla explicou que os atendimentos de emergências e urgências devem ser feitos nos hospitais da cidade e não nos PSFs. “Não temos estrutura para atender pacientes graves nas unidades de saúde. Lá deverão ser feitas apenas consultas médicas”, explicou.
O secretário disse ainda que a implantação de mais uma equipe de PSF deverá ser uma decisão tomada com base em dados estatísticos. “Essa decisão não depende do secretário de Saúde. Ela é baseada em dados. Precisamos analisar qual é o número de população, quantos atendimentos são feitos diariamente, mensalmente e anualmente. Realizamos um cálculo e verificamos a necessidade ou não de ampliação da equipe”, disse Caovilla.

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