Expansão sem melhorias

Presidentes dos bairros Santa Marta, Donária, Loteamento Força e Luz e 20 de Setembro convidaram representantes do Executivo e Legislativo para debater as necessidades da região. As principais demandas foram por saúde e educação.

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Daniella Faria/ON

Uma reunião no final desta semana debateu as principais necessidades da comunidade da grande Santa Marta, que abrange além do bairro de mesmo nome, os bairros Donária, Loteamento Força e Luz e 20 de setembro. Essa é uma das regiões que mais tem crescido no município. De acordo com o presidente da associação de moradores da Donária, José Francisco da Silva, há cerca de cinco anos havia em torno de duas mil pessoas morando no local. Hoje a população dobrou, são pelo menos quatro mil moradores. Entretanto as estruturas de saúde e educação continuam as mesmas.
Participaram da discussão os quatro presidentes dos bairros, o presidente da União das Associações de Moradores, Antônio dos Santos, o presidente Coordenadoria das Associações de bairros, Marcos Tumeleiro, o prefeito em exercício, Rene Cecconello, a secretária de Trânsito e Mobilidade Urbana, Mariniza dos Santos, o representante da secretaria de Saúde, João Mattos, o presidente da Codepas, Saul Spinelli e os vereadores Luiz Miguel Scheis e Patric Cavalcanti.

O presidente da Donária revelou que a reunião foi bastante polêmica em decorrer da cobrança de promessas não cumpridas e da demora dos investimentos no local. De alguns anos para cá a população no local só tem aumentado. Em dois anos cerca de 250 famílias se mudaram para a região. Mais um grupo habitacional privado de 450 casas está sendo construído. Imobiliárias também têm feito investimento. “Tem uma empresa que está construindo mais 64 casas aqui e uma outra mais cerca de 50”, destaca.

Atualmente a região conta com somente dois postos ESF (Estratégia Saúde da Família), com um médico em cada um. Número baixo de profissionais para atender a demanda. “Só na Donária são quatro mil pessoas. Não temos pediatra e nem atendimento odontológico”, ressalta.

Na educação não é diferente. Silva fala que há 12 anos a escola tinha um fila de espera por vaga de 35 crianças. Hoje são 1200 inscrições nas escolas da região e nenhuma vaga garantida. As creches são insuficientes para o número de crianças e a que existe oferece somente horário de meio turno. “As mães tem que sair daqui para deixar seus filhos em outros locais. Sem falar nas que trabalham o turno integral e não sabem o que fazer com os filhos que só ficam meio período”, destaca.
A necessidade de mais linhas de ônibus, principalmente as que atravessam a cidade a partir daquele bairro, também foi abordada. Hoje uma pessoa que trabalha no São José precisa pegar dois coletivos. “E esses trabalhadores ganham somente uma passagem para se locomover”, enfatiza. Foram debatidos ainda temas como asfalto, planejamento de ruas e limpeza.

Uampaf
O presidente Antônio dos Santos avalia a reunião como positiva. Nela a comunidade, além dos presidentes de cada bairro, teve a oportunidade de falar o que estão sentindo falta na questão de estrutura do local. “Essa é uma região que foi criada com uma realidade e hoje está bem diferente. Sabemos que não está havendo um bom atendimento e necessitamos de modificações”, fala.

A intenção da entidade é continuar promovendo esse tipo de reunião por toda a cidade. Elas vão servir para que o presidente faça o seu papel de cobrar e para a comunidade ter voz ativa.

Executivo
O prefeito Rene Cecconello fala que a reunião foi importante para permitir ter uma relação direta com a comunidade. Ele enfatiza que aquela é uma região que está em plena expansão urbana e, diferentemente de outras, está recebendo um planejamento especial. “Estão sendo realizados investimentos na área da habitação popular por parte do Governo Federal diferenciada se comparada com as outras feitas naquela região. O povo tem que ter uma casa de qualidade e que não venha a dar problemas nos próximos 20 anos, a não ser uma pintura ou troca de lâmpada”, diz.

Recursos do BID também irão para aquele setor. Os trâmites começaram em 2007 e a população espera ansiosa por resultado. Uma dinâmica de planejamento urbano será feita no local, estudar o que necessita de equipamento urbano, como escolas, unidade básica de saúde, pavimentação e canalização pluvial.

Estão programados R$ 5 milhões para serem investidos em equipamentos nos bairros Santa Marta e Integração em um projeto de quatro anos. “Toda essa dinâmica de planejamento urbano é que tem nos permitido acessar outros recursos, como é o caso do PAC para fazer obras de pavimentação. Essa discussão em torno do projeto do BID nos faz avançar com consistência”, enfatiza.

Na questão da saúde Cecconello reconhece que há uma deficiência. A intenção é fazer um processo de seleção ainda nesse ano para agentes comunitários para os ESF´s. Esses profissionais tem que ser moradores da região e se prontificar para ter um diálogo com a comunidade sobre o assunto. É a chamada saúde preventiva.

Quanto à educação, o prefeito fala que tem buscado ampliar a área infantil. “Também demandamos recursos para aquela região na questão do PAC. Como ela vai ser beneficiada com a pavimentação, eles acabaram escolhendo outras regiões para educação”, explica. Entretanto, com o recurso do BID está programada a construção de uma ou duas escolas na região. Uma de educação infantil e outra de ensino fundamental. “Estamos olhando para cidade inteira e ampliando as vagas.Temos o compromisso legal de garantir o acesso universal para os alunos do ensino fundamental, inclusive temos o transporte escolar. Não haverá aluno fora da sala de aula. Se não tem ali, levamos para regiões próximas”, conclui.

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