Esgotamento sanitário é prioridade da Corsan

Novo superintendente regional da companhia assume com o desafio de duplicar o serviço nos próximos anos

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Leonardo Andreoli/ON

A Corsan iniciou na noite de ontem a reativação das superintendências regionais da companhia. Enquanto busca maior proximidade com as prefeituras e com as comunidades vê à frente um desafio com a questão do esgotamento sanitário. Só em Passo Fundo, a meta é mais que dobrar a rede nos próximos anos – de 20% para 50%. Em 18 anos o recolhimento dos efluentes residenciais deverá ser universalizado, conforme prevê o novo contrato firmado com a prefeitura no ano passado.
A instalação das superintendências regionais deverá dar mais agilidade aos serviços prestados pela companhia nos municípios com os quais possui contrato. Conforme o novo superintendente de Passo Fundo, Paulo Berta, para cumprir a meta da universalização da captação de esgotos, novas redes já estão em processo de implantação. “Em Passo Fundo temos vários projetos que somam mais de R$ 50 milhões. Estão andamento frentes de obra de substituição de rede de água tratada e de esgotamento”, pontua. Ele explica que em quatro ou cinco anos o percentual de captação de esgotos pulará de 20% para 50% a fim de cumprir as metas do novo contrato.

Apesar de atender 68 municípios, Berta acredita que a superintendência será capaz de suprir a demanda, se comparada a atuação centralizada da companhia nos últimos anos.  Ele acrescenta que o problema com o esgoto é uma realidade global. “Os índices do Estado são mais baixos que os índices da Corsan. Em todos os municípios é um anseio para cuidar do meio ambiente e da saúde pública. Enquanto tiver um aporte federal, como agora tem o PAC, com certeza vamos dar um salto de qualidade em todos os municípios”, prevê.

 (Re)Regionalização
A Corsan já possuía no estado uma estrutura regionalizada. Nos últimos anos a adoção de um modelo centralizado de atendimento se mostrou ineficiente na opinião do atual diretor-presidente da companhia, Arnaldo Dutra. “Estamos hoje com o processo centralizado na capital e essa fórmula se revelou ineficiente porque demanda, por parte dos prefeitos, uma rotina de viagem a Porto Alegre por conta de qualquer problema”, esclarece. Segundo ele a retomada da estrutura será capaz de dar resposta aos anseios da população e agilizar os trabalhos e serviços de rotina da Corsan – que incluem desde uma ligação de água mais rápida à pavimentação com maior qualidade nos buracos feitos para consertar redes. “São coisas que hoje estão ficando um pouco descobertas. Com essa recriação das regionais pretendemos dar mais agilidade e qualidade aos serviços”, reitera.

Novos contrato

Boa parte dos municípios gaúchos que já possui convênio com a Corsan está em processo de renovação do contrato. Mais do que renovar, Dutra esclarece que são novos contratos que estão sendo firmados. “Temos hoje 202 contratos renovados e feitos nos moldes da nova lei. Essa nova lei promulgada em 2007 permite aos municípios ter vez e voz na discussão de seus contratos”, diz. Os novos acordos preveem atendimento aos serviços de tratamento de água e esgotamento sanitário. “Os prefeitos que renovaram recentemente tem um aporte significativo de recursos e uma estrutura mais qualificada a sua disposição, além de uma condição melhor de acompanhar os processos em andamento”, garante.
Caso não sejam cumpridas as metas estabelecidas, existem cláusulas que garantem a possibilidade de rescisão do convênio. “Não adianta fazer aventura e prometer coisas que não podem ser cumpridas porque sabemos que os recursos para o saneamento são vultosos e é importante ter muito claro qual o tamanho do nosso passo”, pondera. Dutra afirma ainda que os contratos renovados possuem avanços significativos e que até hoje apenas três cidades resolveram abrir licitação para contratar um serviço terceirizado.

Recursos na região
O diretor-presidente da companhia aponta que investimentos significativos estão aplicados na região. Nos PAC 1 e 2 os recursos investidos chegam a R$ 100 milhões. “Se os recursos estiverem a disposição, como estão hoje em Brasília, a Corsan tem projetos para disputá-los. O cobertor é curto para o Brasil todo, mas estamos sempre apostos com projetos”, assegura.

Assinatura
Na noite de ontem os municípios de Santo Expedito do Sul e Itatiba do Sul renovaram o contrato com a Corsan. Na mesma noite foram empossados os responsáveis pelas unidades da companhia espalhadas pela região.
Queixas dos municípios

Entre as principais queixas dos municípios em relação aos serviços prestados pela companhia estavam os investimentos feitos em relação ao que é arrecadado. “O arranjo que a Corsan tem hoje como companhia estadual foi que permitiu que o Rio Grande do Sul avançasse e saísse de um índice de 50% de água tratada nas cidades para quase 100%. Hoje temos 95% de abastecimento de água. Isso representa um avanço brutal”, justifica. Segundo ele os municípios maiores puderam contribuir com os menores. Esse equilíbrio no abastecimento permitirá o direcionamento dos trabalhos para a demanda do esgotamento sanitário que atinge principalmente as maiores cidades.

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