Há três anos taturanas não são fatais

O último registro de óbito no HSVP, causado pelo contato com a lagarta, foi em 2008 e vitimou um homem de Campos Borges. O verão é a época que ela passa pelo ciclo de larva e que encontra alimento na natureza

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Há três anos taturanas não são fatais  
O último registro de óbito no HSVP, causado pelo contato com a lagarta, foi em 2008 e vitimou um homem de Campos Borges. O verão é a época que ela passa pelo ciclo de larva e que encontra alimento na natureza 
Clarissa Ganzer/ON 
Desde sete de fevereiro de 2008, o Hospital São Vicente de Paulo não registra mortes em decorrência do contato com a Lonomia obliqua. O último registro de falecimento foi de um homem natural de Campos Borges, que fica a pouco mais de 100 quilômetros de Passo Fundo. A informação sobre como identificar e proceder em caso de contato com a Lonomia obliqua, popularmente conhecida como taturana, é o principal motivo da redução de acidentes graves, segundo a pesquisadora e professora da UPF, doutora em zoologia Lisete Lorini. 
A taturana se alimenta de folhas e plantas frutíferas. Plátanos, pereiras, pessegueiros, ipês e amoreiras são as árvores preferidas do inseto. As taturanas são comuns no verão porque é nesta época que a futura mariposa passa pela fase de lagarta. Período também que encontra alimento na natureza para se desenvolver. 
Identificação 
A pesquisadora explica que a Lonomia obliqua é bem diferente de outras lagartas e é fácil percebê-la entre as outras, já que elas vivem em grupo.  A taturana tem o corpo cheio de espinhos e quando mais nova apresenta o tom verde claro. À medida que cresce, apresenta os espinhos na cor marrom. É nesta fase que ela vai se fechar em um casulo e não apresenta mais perigo. “Embora pequena ou grande, ela tem manchas brancas que a diferenciam. Ela tem manchas brancas no dorso mais perto da cabeça e na metade do corpo”, exemplifica. 
Toxina 
Embora outras lagartas também tenham espinhos e possam causar queimaduras e bolhas, a toxina da taturana é mais perigosa. Quando ela é pressionada, ela libera através de seus espinhos uma proteína, que impede a coagulação do sangue, podendo causar hemorragias que podem levar a morte. A proteína também é chamada de proteína hemorrágica. A toxina chega a corrente sanguínea através dos poros da pele. “As pessoas esbarram na lagarta em tronco de árvores e tocam nela sem perceber, como uma autodefesa ela solta a toxina. Até 72h depois do contato, o corpo começa a apresentar manchas roxas, nem sempre no local de contato”, esclarece. 
Como proceder 
Antes de pensar em esmagar, machucar ou matar a taturana, a pessoa deve coletar o inseto, colocá-lo em um pote com folhas da planta que ele estava perto, furar o pote para que o animal respire e encaminhar ao laboratório de entomologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UPF. Ou então levar o bixo para o hospital, Emater ou vigilância de saúde, locais que podem orientar o individuo sobre como proceder e se a lagarta é tóxica. 
Hoje já existe um soro gratuito, feito a partir da própria lagarta, por isso a importância de não matá-las.
 Ciclo  
As lagartas têm quatro fases: a fase ovo, larva (lagarta), casulo (pupa) e adulta (mariposas). É no verão que mais ocorre a fase de lagarta. De acordo com Lisete, no final do verão ela passa para a fase do casulo, permanecendo no casulo no inverno. No início da primavera chega a fase mariposa, depois a mariposa coloca ovos que chegam a fase lagarta no verão. 
Há mais de 120 municípios da região de Passo Fundo que tem ocorrência de taturana. 
)))))))))))))))))))))))))) BOX 
Registro do HSVP de atendimento/acidente 
 
Dezembro de 2009 
6 por taturana* (*nome científico: lonomia obliqua)
Dezembro de 2010
1 acidente por taturana
Janeiro de 2010 
1 atendimento por taturana 
Fevereiro de 2010
4 atendimento por taturana  
Janeiro de 2011
1 atendimento por taturana 
Fevereiro de 2011
1 atendimento por taturana 

Clarissa Ganzer/ON 

Desde sete de fevereiro de 2008, o Hospital São Vicente de Paulo não registra mortes em decorrência do contato com a Lonomia obliqua. O último registro de falecimento foi de um homem natural de Campos Borges, que fica a pouco mais de 100 quilômetros de Passo Fundo. A informação sobre como identificar e proceder em caso de contato com a Lonomia obliqua, popularmente conhecida como taturana, é o principal motivo da redução de acidentes graves, segundo a pesquisadora e professora da UPF, doutora em zoologia Lisete Lorini. A taturana se alimenta de folhas e plantas frutíferas. Plátanos, pereiras, pessegueiros, ipês e amoreiras são as árvores preferidas do inseto. As taturanas são comuns no verão porque é nesta época que a futura mariposa passa pela fase de lagarta. Período também que encontra alimento na natureza para se desenvolver. 

Identificação A pesquisadora explica que a Lonomia obliqua é bem diferente de outras lagartas e é fácil percebê-la entre as outras, já que elas vivem em grupo.  A taturana tem o corpo cheio de espinhos e quando mais nova apresenta o tom verde claro. À medida que cresce, apresenta os espinhos na cor marrom. É nesta fase que ela vai se fechar em um casulo e não apresenta mais perigo. “Embora pequena ou grande, ela tem manchas brancas que a diferenciam. Ela tem manchas brancas no dorso mais perto da cabeça e na metade do corpo”, exemplifica. 

Toxina Embora outras lagartas também tenham espinhos e possam causar queimaduras e bolhas, a toxina da taturana é mais perigosa. Quando ela é pressionada, ela libera através de seus espinhos uma proteína, que impede a coagulação do sangue, podendo causar hemorragias que podem levar a morte. A proteína também é chamada de proteína hemorrágica. A toxina chega a corrente sanguínea através dos poros da pele. “As pessoas esbarram na lagarta em tronco de árvores e tocam nela sem perceber, como uma autodefesa ela solta a toxina. Até 72h depois do contato, o corpo começa a apresentar manchas roxas, nem sempre no local de contato”, esclarece. 

Como proceder Antes de pensar em esmagar, machucar ou matar a taturana, a pessoa deve coletar o inseto, colocá-lo em um pote com folhas da planta que ele estava perto, furar o pote para que o animal respire e encaminhar ao laboratório de entomologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UPF. Ou então levar o bixo para o hospital, Emater ou vigilância de saúde, locais que podem orientar o individuo sobre como proceder e se a lagarta é tóxica. Hoje já existe um soro gratuito, feito a partir da própria lagarta, por isso a importância de não matá-las.

 Ciclo  As lagartas têm quatro fases: a fase ovo, larva (lagarta), casulo (pupa) e adulta (mariposas). É no verão que mais ocorre a fase de lagarta. De acordo com Lisete, no final do verão ela passa para a fase do casulo, permanecendo no casulo no inverno. No início da primavera chega a fase mariposa, depois a mariposa coloca ovos que chegam a fase lagarta no verão. Há mais de 120 municípios da região de Passo Fundo que tem ocorrência de taturana. 

Registro do HSVP de atendimento/acidente  

Dezembro de 2009  - 6 por taturana* 
Dezembro de 2010 - 1 acidente por taturana
Janeiro de 2010  - 1 atendimento por taturana 
Fevereiro de 2010 - 4 atendimento por taturana  
Janeiro de 2011 - 1 atendimento por taturana 
Fevereiro de 2011 - 1 atendimento por taturana 

(*nome científico: lonomia obliqua)

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