Avicultores não têm avanço nas negociações com a Doux

Na próxima semana eles realizam assembleia para discutir quais as próximas medidas a serem adotadas

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Redação ON

A paralisação no alojamento de aves por parte dos produtores rurais de Passo Fundo e região ainda não surtiu efeito nas negociações com a Doux Frangosul. A decisão pela interrupção no recebimento de novos lotes foi tomada há cerca de um mês. No entanto, até o momento os pagamentos não foram regularizados.

A crise entre os avicultores e a empresa foi o tema de uma reportagem veiculada na edição do dia 9 de fevereiro da revista Exame. O periódico faz uma análise da situação do Grupo Doux não apenas no Brasil, mas também em outras filiais. O texto revela que na unidade de Passo Fundo, pelo menos 25% da produção já foi comprometida em função da paralisação.
Os dados sobre a crise da empresa apresentados pela revista apontam dívidas de R$ 10 milhões com os dói mil produtores de Frango no Estado. Já com os fornecedores e bancos o montante chega a R$ 400 milhões. A empresa manteve a postura discreta e enviou apenas um comunicado oficial à revista dizendo que todas as informações divulgadas sobre as dívidas da empresa não passam de boatos.

Sem avanços
As negociações entre os avicultores e a empresa não tiveram avanços após a decisão de paralisação no alojamento de aves. Na próxima semana será realizada uma nova assembleia no Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) - no dia 18, às 14h – para definir o que será feito no futuro. Passado metade dos 60 dias de não alojamento de frangos, a Doux não modificou a previsão de regularização dos pagamentos para o mês de maio.

Conforme o presidente do STR de Passo Fundo, Alberi Ceolin, além de não normalizar o fornecimento de ração granulada aos produtores que ainda possuem lotes de aves, a empresa aumentou o valor cobrado pelos carregamentos. “Eles aumentaram de R$ 600 para R$ 780. Isso representa quase 20% do lucro de um aviário”, acrescenta.
A preocupação com o vencimento das dívidas dos produtores é outra constante. Ceolin explica que muitos integrados possuem empréstimos que têm a empresa como garantidora. Caso não paguem a empresa paga e então eles passam a dever para ela. “Os produtores estão angustiados”, lamenta. Conforme Ceolin a empresa também visitaram agricultores para tentar convencer que voltem a alojar.

O presidente da Avipenca, Luiz de Jesus, disse que a empresa não se posicionou ainda em relação aos pagamentos. Para tentar amenizar a falta de frangos, os produtores que ainda estão alojando animais estão recebendo lotes com mais aves. “O agricultor precisa produzir. A manutenção da família em grande parte depende da atividade. É uma situação humilhante trabalhar e não receber”, desabafa. Ele reforça ainda a preocupação com os vencimentos das dívidas dos agricultores com bancos e fornecedores.

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