Capa completa nove anos pensando em encerrar atividades

Proteção aos animais: com capacidade para atender 150 animais, albergue do Capa está abrigando quase 400 entre cães, gatos e cavalos

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Glenda Mendes/ON

Há nove anos um grupo de amigas, preocupadas com a situação dos animais abandonados tomou uma atitude e criou o Clube Amigos e Protetores dos Animais, o Capa, que é uma organização não governamental. A primeira ação foi alugar um sítio onde os animais pudessem ficar no tempo que em precisassem de tratamento e posteriormente fossem encaminhados para adoção. No primeiro ano de funcionamento, 2002, 40 animais passaram pelo albergue mantido pelo grupo. Porém, nos anos seguintes, a média de atendimentos subiu para mil animais por ano. “A nossa intenção era manter apenas um local de passagem, onde se pudesse resgatar e tratar os animais, deixando-os em local apropriado, mas a situação tomou uma proporção muito grande. Hoje nós temos albergados quase 400 animais. Doamos anualmente entre 430 a 450. E mesmo assim ainda temos quase 400 entre cães, gatos e cavalos”, salienta a presidente do Capa, Zulma Marques.

Desde 2007, a organização recebe uma ajuda financeira do Conselho Municipal de Meio Ambiente, mas que não é suficiente para cobrir todas as despesas, que vão desde alimentação, até cuidados com a saúde e o custo com a castração dos animais. Auxílio da comunidade também faz parte do orçamento, mas não são constantes, pois variam conforme o tipo de campanha que o Capa realiza. “Os nossos gastos são diários. Só ração, são 150 quilos por dia. Além disso, temos custo com o aluguel e manutenção do sítio, atendimento veterinário, produtos de limpeza, construção de abrigos”, comenta.

Segundo Zulma, a capacidade máxima de atendimento seria de 150 animais, mas o número é quase três vezes superior a isso. Este é o motivo que está levando o grupo a pensar na finalização das atividades do albergue. “Nossa meta é doar todos os animais até o final do ano e encerrar as atividades do albergue. Vamos continuar defendendo os animais, mas não temos mais como manter. Temos muitos custos e vários compromissos estão em atraso, como compras em agropecuárias, medicamentos, material de limpeza”, destaca. Com isso, o Capa não está mais resgatando animais sob qualquer hipótese e realizando feiras de doação todos os sábados. Todos os animais para adoção são castrados.

Maior dificuldade
Além da falta de recursos, uma das grandes dificuldades enfrentadas é encontrar pessoas interessadas em adotar animais que possuem alguma deficiência. “É pequeno o número de pessoas que adota animais com deficiência. E nós temos animais com problemas físicos, cegos, com doenças cardíacas e que precisam de medicação para o resto da vida”, ressalta. Porém, para garantir que estes animais também sejam doados, no final do ano, o Capa pretende reunir um grupo de pessoas comprometidas com a causa que se responsabilizem em adotá-los. De acordo com Zulma, farão parte deste grupo todos os voluntários que atuam junto à organização.

Para manter o albergue
Doação de uma área para a construção de um albergue com toda estrutura necessária e mais recursos financeiros, encaminhados regularmente, seriam a alternativa para a manutenção do albergue. Caso contrário, a intenção dos voluntários é encerrar as atividades até o final deste ano.

Entretanto, toda ajuda é aceita pelo Capa, desde a doação de ração, produtos de limpeza, sacos de lixo, valores em dinheiro, correntes, coleiras. “Precisamos muito de material de limpeza, especialmente água sanitária, sapão em pó, sabão em barra. É um custo muito alto manter todos estes produtos. Para dar uma ideia, gastamos uma caixa de água sanitária por dia para poder limpar tudo. Todo tipo de ajuda é bem-vinda”, afirma.

Outra forma de ajuda é o apadrinhamento. Essa é uma alternativa para quem não tem como adotar o animal, por falta de espaço para mantê-lo, ou tempo para cuidar, por exemplo. Neste caso, a pessoa pode escolher um animal e apadrinhá-lo, fazendo doação mensal que cubra os custos, ou mesmo apadrinhando aqueles que sofrem de algum problema e necessitam de medicação. Para estes, é possível comprar a medicação e levar até o capa ou encaminhar o valor para custear o remédio.

Para doar

As pessoas interessadas em doar valores em dinheiro, podem fazê-lo diretamente nas contas mantidas pelo Capa na Caixa Federal, no Banrisul, no Banco do Brasil e no Itaú. Qualquer valor pode ser doado. “Se cada pessoa ajudasse com R$ 1, já seria uma grande ajuda”, enfatiza Zulma.

* Caixa
Agência – 3063
Conta – 739-7

* Banrisul
Agência – 0917
Conta – 060837959-4

* Banco do Brasil
Agência – 4354-0
Conta – 2002-8

* Itaú
Agência – 0319
Conta – 55299-8

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