Fernanda Bruni/ON
Durante toda a sexta-feira trabalhadores e representantes da saúde de Passo Fundo e região se reuniram em em três assembleias para buscar soluções para a categoria. Conforme informou a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Passo Fundo (SindiSaúde), Terezinha Perissinotto, há mais de oito anos não há negociação com o sindicato em Passo Fundo. Agora, a categoria reivindica reajuste do salário mínimo, redução da jornada de trabalho e aumento do piso regional.
“Estamos programando para, a partir do dia 15 de março, intensificar a mobilização. A proposta feita na assembleia de hoje é de fazer paralisações relâmpago por setor. Ou seja, num determinado momento do dia, num horário escolhido aleatoriamente, um setor deverá paralisar sem avisar ninguém. Ou, então, sairá todo mundo 30 minutos antes de encerrar a jornada de trabalho e se reunir em um local determinado. Não vamos prejudicar cirurgias e andamento e nem casos de urgência”, destaca Terezinha. A presidente faz um apelo para que a população apóie os trabalhadores em saúde porque hoje eles estão trabalhando doentes para cuidar de doentes. “Não temos condições de dizer que a nossa jornada está boa ou o nosso salário esteja bom. Muitas vezes não dar um bom atendimento não é por não querer dar, é por não ter condições de trabalho”, pontua.
Entenda o caso
Em anos anteriores, o SindiSaúde brigava por causa da criação do Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul (Sindiberf). “Nós tínhamos o Sindicato dos Hospitais e Serviços de Passo Fundo (do Planalto Médio e Alto Uruguai), então, tínhamos uma base aqui. Como criaram o Sindiberf, com base estadual, houve uma disputa jurídica que se perpetuou por muitos anos. Quando era aqui nós tínhamos negociação. Quando passou ao Sindiberf, os trabalhadores ficaram marginalizados. Mas, isso somente aqui em Passo Fundo porque nos hospitais da região nós fizemos acordo. O entrave está nos hospitais daqui que são os de maior porte, que têm maior arrecadação, os melhores médicos, os melhores tratamentos e tecnologia de ponta”, alerta Terezinha.
Filiados
São 1.500 filiados para um total próximo a 4.500 trabalhadores em saúde no município. “Às vezes não temos uma participação maior pelo medo que os trabalhadores têm de perder o emprego”, comenta. Só fica de fora das reclamações o Hospital Municipal que é público e não está vinculado ao sindicato porque é regido por leis municipais.
Audiência
No dia 3 de março, será feita uma audiência pública na Câmara de Vereadores, às 15 horas, para tratar do assédio moral aos trabalhadores em saúde, principalmente às servidoras gestantes.
Reivindicações
- 5,49% de reposição mais 15% de correção das perdas acumuladas nos últimos anos sem, com isso, retirar os processos já ajuizados. O índice será aplicado sobre os salários praticados em maio de 2010;
- referente ao adicional noturno propõe manutenção de 50% até o término da jornada;
- espaço para os filhos dos trabalhadores de 0 a 6 anos ficarem abrigadas com todas as condições básicas necessárias;
- para carga horária, 36 horas semanais, sendo seis horas diárias com folga semanal que poderá ser aos sábados, domingos ou durante a semana. Para o trabalho noturno, plantão de 12x36, limitado a 36 horas semanais;
- que o piso mínimo inicial para Passo Fundo seja diferente do salário inicial dos municípios de menor parte;
- que a insalubridade seja sobre o piso regional que, no piso II deverá se referir a R$ 624,05, caso o reajuste de 11,6% proposto pelo governo do Estado seja aprovado.