Glenda Mendes/ON
O horário de visitas aos pacientes do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) na tarde de ontem foi também de aprendizado e cuidados com a saúde. Em três horas de abordagem às pessoas que chegavam ao hospital foram entregues mais de mil folderes, realizados cerca de 250 testes de glicemia e verificações da pressão arterial. Todas as atividades fizeram parte do Dia Mundial do Rim, comemorado em 10 de março, e promovido pela Sociedade Brasileira de Nefrologia com o aval da entidade internacional.
“O lema da campanha deste ano é Proteja seu coração, cuide dos seus rins”, comenta a médica nefrologista Fabiana Piovesan. De acordo com ela, a preocupação maior com a doença renal se deve ao fato de que se trata de uma doença silenciosa: “as pessoas não sentem dor ou desconforto até descobrirem que estão necessitando de diálise”, salienta. Este problema acontece especialmente com os grupos de risco, que são os diabéticos, os hipertensos e os idosos. “Estas pessoas devem procurar dar atenção aos seus rins, solicitar aos seus médicos que verifiquem a função renal, que peçam exames simples para comprovar ou não a doença”, indica a médica.
Muitas vezes os pacientes começam com sintomas inespecíficos, como perda de peso, falta de apetite, diminuição da quantidade de urina e até confusão mental. “Iniciam sintomas que não tem relação com a função renal, por isso da dificuldade do diagnóstico. Os pacientes têm dificuldade clínica de manifestação de sintomas”, ressalta Fabiana.
Atividade mundial
O crescimento da doença deixa os especialistas em alerta. Anualmente a incidência da doença aumenta 8,3%. “É muita gente, são muitos pacientes. E quando mais cedo se fizer o diagnóstico, quanto mais precoce for, mais fácil de tratar e menor será o risco dos pacientes precisarem ir para a diálise”, explica a médica.
Este crescimento é o que torna importante a atividade de conscientização, que é realizada no mundo todo. “Isso está ocorrendo em várias cidades ao mesmo tempo, que é a campanha Previna-se. Trouxemos os alunos da faculdade de medicina, do curso técnico de enfermagem e da faculdade de enfermagem para abordar os pacientes, explicar sobre a doença renal e sobre os grupos de risco”, enfatiza.
Os rins
Estes órgãos têm importante papel no metabolismo do corpo humano. São responsáveis pela eliminação de toxinas do sangue através de um sistema de filtração, pela regulação da formação de sangue e pela produção de glóbulos vermelhos, o qual regula a pressão sanguínea e controla o líquido e o balanço químico do corpo.
O diagnóstico precoce e tratamento adequado são fatores importantes que podem interferir na velocidade com que algumas doenças evoluam para a insuficiência renal. Medidas simples podem ser adotadas cotidianamente para prevenir as doenças renais. São hábitos como controlar a dieta: evitar o excesso de sal, carne vermelha e gorduras, evitar excesso de peso, fazer exercícios regularmente, não fumar, controlar a pressão arterial e o diabetes, fazer o uso adequado de medicamentos e evitar remédios que agridam os rins.
(Fonte: HSVP)
Transplantes
Os dados do censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia de 2009 apontaram que mais de 77 mil pessoas estavam em tratamento com diálise no Brasil. Este número é inferior ao registrado em 2008, quando cerca de 87 mil pessoas estavam em tratamento. Em 2010, o Brasil realizou 6.402 transplantes de órgãos e 4.630 deles foram de rim. O HSVP possui um registro de 61 pessoas a espera de um transplante de rins.