Texto e fotos: Natália Fávero/ON
Um cachorro de rua foi atropelado na rua Ângelo Preto, por volta do meio dia, de sexta-feira. O motorista fugiu sem prestar socorro. A recepcionista, Amanda Ramos estava indo trabalhar e parou para ajudar o animal que estava agonizando no meio da rua. A moradora, Carolina Batochio, que reside nas proximidades, também se comoveu vendo a situação. Mas, as duas acharam outro problema: pedir socorro pra quem? As duas mulheres ligaram para as primeiras instituições que vieram na memória: Secretaria do Meio Ambiente e Clube dos Amigos Protetores dos Animais (CAPA). A resposta negativa dos dois órgãos mostrou a precariedade do município para atender essas situações que são vistas diariamente.
Várias ligações
Amanda Ramos parou o carro e ligou para a Secretaria do Meio Ambiente. A funcionária da secretaria disse para ela entrar em contato com o Capa. A ONG informou que a entidade não está mais recolhendo animais e não poderia ajudar. O mesmo procedimento foi feito pouco antes pela moradora Carolina que obteve as mesmas respostas.
Solidariedade
As duas se arriscaram em meio ao movimento da rua Ângelo Preto para evitar que outros veículos atropelassem novamente o cachorro que se movimentava com muita dificuldade.
Sem respostas
Em um novo contato com a secretaria, a funcionária informou que elas poderiam levar o cachorro até o ambulatório municipal veterinário, no antigo Quartel do Exército. Amanda ligou para o ambulatório e a veterinária informou que eles não tinham como buscar o animal, porque não havia viatura disponível. Cansadas de esperar por uma solução do município, Amanda decidiu levar o cachorro no próprio veículo. A moradora Carolina enrolou o animal em um tapete para levá-lo até o ambulatório.
Duas horas depois
O cachorro chegou no ambulatório veterinário por volta das 14h.
Animal teve que ser sacrificado
A veterinária do ambulatório, Juliana da Silva, explicou que o cachorro sofreu um traumatismo craniano e não sobreviveria.
O desabafo
Amanda Ramos lamentou a falta de estrutura do município para prestar socorro a esse tipo de ocorrência. “É lamentável que os animais estejam abandonados pelo poder público. Eles falam tanto em proteção dos animais e quando acontece uma situação como essa eles não fazem nada, preferem deixar o cachorro agonizando no meio da rua”, disse a recepcionista.
A moradora que também socorreu o cachorro condenou a atitude do motorista do veículo que fugiu do local. “O motorista poderia ter parado para socorrer o cachorro. Ninguém está nem aí para os bichos”, desabafou a moradora.
Posição da Secretaria do Meio Ambiente
O secretário Clóvis Alves informou que o expediente da secretaria é das 12h30 às 18h30 e que há uma viatura específica para atender maus tratos e abandono de animais. Mas, fora desse horário não tem como prestar socorro para esse tipo de ocorrência. Também não há plantões em feriados e finais de semana. “Atualmente, o município não possui estrutura para manter um pronto-atendimento. Esse tipo de serviço tem um custo muito elevado e há muitas demandas para serem atendidas”, justificou Alves.
Em relação a informação dada por uma funcionária da secretaria pedindo que ligasse para o Capa, o secretário disse que todos os funcionários estão orientados para pedir que as pessoas que não têm condições de pagar por um tratamento encaminhem o animal ao ambulatório veterinário municipal. “O Capa recebe verbas do município para atender a demanda dos animais que já estão instalados no local e não para esse tipo de situação”, esclareceu.
O ambulatório veterinário municipal é responsabilidade da Secretaria do Interior e funciona das 13h30 às 17h. O telefone é (54) 3311-1193.
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