Glenda Mendes/ON
Apesar do desgaste sofrido ao longo dos anos, o Magistério ainda é um das carreiras mais procuradas. Prova disso é que a demanda de alunos, há muitos anos, é superior à oferta de vagas. Nas 122 escolas da região de abrangência da 7ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) a única a oferecer o curso é a Escola Estadual de Educação Básica Nicolau de Araújo Vergueiro (ENAV).
As vagas oferecidas para as duas turmas do turno da manhã foram rapidamente preenchidas e mais de 40 alunas já estão participando das aulas. Mas a grande procura levou ao pedido de autorização, junto à Secretaria Estadual de Educação, para a criação de turmas no turno da noite. A quantidade de inscritos é suficiente para o preenchimento de três novas turmas.
“A demanda sempre foi maior que a oferta. Há vários anos a comunidade vinha pedindo a abertura do curso Normal noturno, para atender quem trabalha durante o dia, especialmente as meninas que trabalham como atendentes nas escolas de educação infantil durante o dia e que antes não tinham possibilidade, então surgiu a necessidade de oferecer o curso à noite”, salienta a coordenadora regional de Educação, Marlene Silvestrin.
Até o momento uma das turmas já está funcionando no noturno. As demais dependem ainda de questões como a contratação de professores. “Pela manhã são duas turmas com mais de 40 alunos. E à noite a previsão são três turmas. Uma já está funcionando. Temos 88 inscritos, mas estamos com frequência de uma turma. Temos dificuldade ainda com recursos humanos”, explica a coordenadora. Além da grande procura por ingressar na carreira, 50 formandas já experimentam o trabalho com a realização dos estágios.
De onde vem a demanda
“Há muito tempo não se via esta procura, mas isso não é só em relação ao curso Normal. As políticas públicas em nível nacional, como Bolsa Família, Prouni, incentivos do governo para desenvolvimento, Enem levam a uma demanda maior de alunos concluindo o ensino fundamental e passando para o médio. Antes, ao finalizar o ensino fundamental muitos faziam uma pausa para a vida, mas agora eles estão regressando e pensando em ir para o ensino superior. Essa é uma nova de leva de sujeitos que está entrando na escola”, avalia Marlene.
A afirmação da coordenadora encontra resposta da solicitação de ampliação do número de turmas de ensino médio em diversas escolas. Além da ENAV, o Cecy Leite Costa abriu oito turmas novas em 2011. No Adelino Pereira Simões são mais duas turmas. No Fagundes dos Reis, três. No Maria Dolores, uma.
Escolas indígenas
Outra demanda que faz parte do projeto de inclusão em nível nacional é a comunidade indígena. “Temos matriculados nove representantes da comunidade de Campo do Meio, município de Gentil, e mais seis da comunidade de Mato Castelhano. Eles formalizaram a matrícula desde o dia 1º de março e farão parte da primeira turma”, garante a coordenadora. Para estes alunos, a escola é móvel, ou seja, ela segue as mudanças de local de instalação das comunidades. O processo de instalação da escola para estas comunidades está em andamento.