Faltam professores em dez escolas

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 A falta de professores é um dos grandes problemas enfrentados pela rede estadual a cada início de ano letivo. Em 2011, a maior demanda está sendo por profissionais da Língua Portuguesa, Inglesa e Artes. Os dados são da 7ª Coordenadoria Regional de Educação (7ª CRE) e Cpers. Há escolas que também registram a falta de agentes educacionais. Na Mário Quintana, por exemplo, há uma funcionária da limpeza para atender 900 alunos. Essas dificuldades se devem principalmente pelo grande número de laudos médicos e também pela falta de concurso público.

Segundo o Cpers, as principais escolas prejudicadas pela falta de professores no momento são: Mário Quintana, Ernesto Tocchetto, EENAV, Anna Luísa Ferrão Teixeira, Cecy Leite Costa, Anna Willig, Antonino Xavier, Gervásio Annes, Wolmar Salton (CIEP) e Protásio Alves.

A escola que mais registra déficit é a Cecy Leite Costa, no bairro São Cristóvão. Faltam profissionais para dar aulas de Ensino Religioso, Filosofia, História, Biologia e Sociologia. A Gervásio Annes, no bairro Petrópolis também está tendo dificuldades. Quatro turmas terão que sair mais cedo porque faltam professores de Ciências, Português e Inglês. Segundo a diretora, Salete Graciolli, até a última terça-feira (15/03), os professores de outras disciplinas estavam atendendo essas turmas. Mas, para não sobrecarregar esses profissionais que não recebem por esses períodos, os estudantes serão liberados um período antes.

Contratos emergenciais e ampliação de carga horária

Entre os motivos principais para essa situação está a solicitação de laudos médicos, a dificuldade na contratação emergencial e a falta de concurso público. Apesar do déficit, a situação é considerada muito mais tranquila que no mesmo período do ano passado. A coordenadora de educação, Marlene Silvestrin disse que estão otimistas para resolver essas questões pontuais.

Para solucionar o problema, a coordenadoria está fazendo contratações emergenciais e ampliando a carga horária de alguns professores. Marlene enfatizou que estão fazendo o controle diariamente. Na escola Gervásio Annes, ela informou que foi providenciada a contratação emergencial de um professor de Ciências e a carga horária de dois professores foi aumentada para suprir as disciplinas de Inglês e Português.

A coordenadora disse que o número de pedidos de laudo é grande. “Quando o laudo médico é de 30 dias não temos como contratar um professor e a escola precisa dar um jeito. Quando os laudos são superiores há 30 dias providenciamos um novo profissional”, explicou Marlene.

 

Motivos para esse déficit

A diretora do 7ª Núcleo do Cpers, Terezinha Bullé disse que a demora na escolha do Secretário Estadual de Educação também atrasou a definição dos coordenadores regionais e isso atrapalhou o início do ano letivo. Terezinha disse que a contratação emergencial não resolve definitivamente o problema. Ela declarou ainda, que muitos profissionais da educação estão doentes e com salários defasados. “É necessário que o Governo Estadual realize um concurso público para professores e funcionários e promova a valorização profissional, através de um reajuste salarial digno”, disse a diretora do Cpers.

 

Também faltam agentes de educação

Conforme o Cpers, há dez anos não é realizado um concurso público para funcionários de escolas. Isso reflete no déficit atual de merendeiras, serventes, coordenadores e orientadores educacionais, supervisores, bibliotecários e profissionais de informática para os laboratórios. Seria necessário um funcionário para cada 300 alunos. Na Escola Mário Quintana há uma servente para 900 estudantes. Na Ernesto Tocchetto, os números também são preocupantes. Há dois serventes para 1,3 mil alunos e falta merendeira para os três turnos. Na escola Anna Luísa Ferrão Teixeira, além de precisar de merendeira e servente, ela necessita de orientador e supervisor.

A coordenadora de educação informou que no último dia 14 de março encerrou as inscrições para contrato emergencial de funcionários. Os nomes dos selecionados serão publicados em duas semanas.

 

Confira o déficit de professores e funcionários nas escolas estaduais:

 

Escola      Déficit professores     Disciplinas

Mário Quintana    02    Sociologia/Inglês

Ernesto Tocchetto 04    História/Língua Portuguesa/Geografia/Artes

EENAV       03    Artes/Química/Português

Anna Luísa Ferrão Teixeira   03    Inglês/Física/Matemática

Cecy Leite Costa  05    Ensino Religioso/Filosofia/História/Biologia/Sociologia

Anna Willig 02    Língua Portuguesa/Inglês

Antonino Xavier   02 Língua Portuguesa/Inglês

Gervásio Annes          03    Ciências/Língua Portuguesa/Inglês

Wolmar Salton (CIEP)    01    Geografia

Protásio Alves    02    Artes/Química

Demandas estruturais

Um levantamento preliminar feito pelas 30 Coordenadorias Regionais de Educação aponta o retrato de necessidades de investimentos nas 2.497 escolas estaduais. O levantamento revelou a precariedade da rede física das escolas, com a citação de 1.163 demandas, sendo 375 obras apontadas como emergenciais, representando 32% dos apontamentos. São carências na rede elétrica, hidráulica, coberturas, cozinhas, laboratórios, bibliotecas, segurança e reformas estruturais dos prédios escolares. Do total de obras demandadas, 518 delas, representando 45%, já possuem projeto e orçamento estimado em R$ 89,8 milhões.

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