Poluição no rio preocupa moradores na Vera Cruz

Problema está acontecendo no rio Passo Fundo, que passa pelo local

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Gerson Lopes/Especial ON

Um dia após as ações realizadas em diversas partes do mundo referentes ao Dia Mundial da Água, celebrado na terça-feira, moradores da vila Vera Cruz, distante 200 metros da BR 285, acordaram ontem, sentindo os efeitos provocados pela falta de cuidado com o meio ambiente. A água do rio Passo Fundo, na altura da ponte próximo à entrada para a estação de tratamento da Corsan, apresentava uma coloração bastante escura, coberta por espuma e exalava mau cheiro.

As pessoas que passavam sobre a ponte ontem, muitas delas acostumadas a pescar no local, ficaram impressionadas com as condições do rio. O aposentado Adão Irineu Santos de Lima, 52 anos, disse que essa situação vem se repetindo com frequência nos últimos meses. “Eu nasci e me criei aqui. A gente tomava a água direto do rio, peguei muito peixe grande. É muito triste ver o nosso rio nessas condições, não dá mais para pescar. Tem dias que ainda é pior” lembrou.

O agricultor Zoer Correa Viana, cuja residência fica distante aproximadamente 200 metros do rio, declarou que o mau cheiro ocorre constantemente e se intensifica durante à noite. Ele teme pela contaminação da água retirada dos poços existentes próximos ao rio. “A maioria aqui consome água de poço, com essa poluição toda podemos sofrer algum tipo de contaminação” afirma.

Química da Corsan, Ana Maria Brum da Silveira, explica que as condições da água naquele local é resultado dos dejetos jogados diretamente no rio, nos mais diferentes pontos da cidade. Segundo ela, as condições do clima, como a estiagem, provocam a fermentação dos resíduos, ocasionando odor e coloração diferente. “Infelizmente essa situação é o retrato da falta de educação. Muitas pessoas continuam largando todo tipo de detrito no rio” diz. Por outro lado, observa que nesses casos a cor da água tende a ficar cinza e não tão preta. “É preciso averiguar se não estão largando algum produto químico também” alerta.

A especialista acredita que a situação deverá ser amenizada com a conclusão das redes coletoras de esgoto que estão sendo instaladas pela Corsan em diferentes bairros de Passo Fundo. “Hoje temos 20% do esgoto tratado, ao final das obras em andamento, a cobertura será de pelo menos 70%”.

Secretaria Meio Ambiente
Ontem à tarde, técnicos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente fizeram coleta da água e a encaminharam para análises. O resultado deve sair em 10 dias. O secretário Clóvis Alves também solicitou para que uma equipe percorra o leito do rio com a finalidade de averiguar possíveis irregularidades provocadas por alguma indústria. “Com a baixa vazão da água, a carga orgânica prevalece, mas vamos fazer um acompanhamento para saber se são apenas os dejetos responsáveis por essa situação” explica.

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