Gerson Lopes/Especial ON
O Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas – Gesp – vai encaminhar hoje um documento ao Ministério Público solicitando acompanhamento no resultado das análises da água do rio Passo Fundo. O material foi coletado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, na quarta-feira, após denúncias referentes à coloração escura e o mau cheiro da água, na Vila Vera Cruz, próximo à estação de tratamento da Corsan.
Diretor do Gesp, Paulo Fernando Cornélio, explica que o documento também alerta o MP sobre a reincidência de fatos semelhantes naquele local. “Vamos encaminhar um levantamento fotográfico das condições do rio, e cópia da matéria publicada no jornal O Nacional, na edição de quinta-feira. Nossa intenção é de que o Ministério Público acompanhe os resultados” afirma.
Na manhã de ontem, uma equipe do 3º Batalhão Ambiental de Passo Fundo compareceu em dois pontos do rio, um na vila Victor Issler, e outro próximo à Embrapa. Em ambos, os policiais encontraram grande quantidade de dejetos e garrafas pet acumulados, prejudicando o curso natural da água e contribuindo para o acúmulo de esgoto.
Mesmo sem os resultados das análises da água, que devem ser concluídas na próxima semana por especialistas do laboratório de química da UPF, o comandante do Batalhão, major Elieu de Souza Roque adiantou não ter encontrado indícios de derramamento ou descarte de produto químico na água. “Quando isso acontece o resultado é uma grande mortandade de peixes, que não aconteceu. Trata-se de uma concentração de algas em decorrência do acúmulo de esgoto cloacal e lixo” explica.
O secretário municipal do meio ambiente, Clóvis Alves, prometeu para hoje a realização de um mutirão de limpeza no rio. Para ele, a situação se agravou em função da baixa vazão decorrente da estiagem, a quantidade de lixo jogado direto no rio e parte do esgoto despejado in natura na água.