Daniella Faria/ON
Depois de um processo conturbado para a realização das eleições, finalmente os novos conselheiros tutelares começaram a trabalhar. A posse aconteceu na quinta-feira, dia 17, e já na sexta eles iniciaram as funções. Ao todo são 10 conselheiros, sendo que mais da metade está assumindo o cargo pela primeira vez.
Ainda tomando conhecimento do que devem fazer e montando projetos para reerguer a imagem do Conselho Tutelar, abalada por denúncias, os conselheiros eleitos para a gestão dos próximos três anos têm uma certeza em comum: terão muito trabalho pela frente.
O Conselho Tutelar é dividido em duas microrregiões, sendo que cada uma cuida de um lado da cidade. A Micro I cuida os chamados da Avenida Brasil, lado da rua Moron. Já a Micro II, realiza os trabalhos da Avenida Brasil, lado rua Paissandu.
Nesta reportagem, o Jornal O Nacional irá apresentar a comunidade quem são e de onde vieram os profissionais que irão atuar na Microrregião I. Na próxima edição serão apresentados os conselheiros da Microrregião II.
Conheça os conselheiros da Microrregião I:
Glauco Franco, 26 anos
Assume o cargo pela primeira vez. Trabalhou dois anos como estagiário no Case de Passo Fundo, e outros dois como vice-diretor da instituição. Segundo ele, a primeira impressão que teve ao chegar no trabalho é que os dias serão corridos. Alguns ofícios estão atrasados e a demanda de atendimento é grande. A primeira meta é deixar tudo em dia e trabalhar em conjunto com os demais.
Franco acredita que em 40 dias tudo estará atualizado. “A partir daí poderemos trabalhar direto no local. Como estavam em poucos conselheiros, apenas seis, fazendo o trabalho de dez, muita coisa ficou acumulada”, destaca.
Quanto à imagem do Conselho, ele diz que isso foi passado através da eleição, onde a votação não foi expressiva. “Muito que se vê é o lado errado. As pessoas não enxergam o lado dos encaminhamentos para tratamentos psicológicos, saúde entre outros que conseguimos”, destaca. O trabalho de desmistificação será um dos processos para os novos conselheiros.
Jucemara de Britto, 30 anos
Também nova no órgão, Jucemara trabalhou seis anos na Secretaria de Cidadania e Assistência Social, no núcleo de alta complexidade. Já passou por várias casas de acolhimento, como Albergue Municipal, Casa da Mulher, Casa da Criança e do Adolescente.
Entre os projetos, está a ação junto às políticas públicas e órgãos competentes. “Temos que ver onde estão as carências”, destaca. Quanto à primeira impressão do local, ela diz que ainda está conhecendo a estrutura e quais os procedimentos realizados. “Estou procurando me inteirar para fazer um bom trabalho, dar continuidade no que estava sendo feito de bom e estruturar cada vez mais”, diz.
Quanto à imagem do Conselho, Jucemara diz que o que passou, ficou para trás. Ela diz que as pessoas têm que entender que o órgão não atrapalha, e sim ajuda a família. “Não tiramos a autoridade dos pais, e sim fortificamos. O lugar do filho é no seio familiar”, conclui.
Carla Vargas, 48 anos
Foi suplente por duas vezes e assumiu no lugar da conselheira que está afastada. Sua experiência vem de trabalhos em escola infantil, invernadas e catequese. Carla diz que pretende fazer o máximo pelas crianças e adolescentes de acordo com o Estatuto.
Quanto ao órgão, como já assumiu no período de férias dos colegas quando era suplente, diz que conhece as dificuldades do local. “Temos que conseguir do poder público uma estrutura melhor. Muitas vezes falta abrigo e também estamos sem um administrativo”, avalia.
Francisco dos Santos Silva, 53 anos
Conhecido como Fiscal Chico, ele já foi suplente em uma das vezes. Entretanto, essa é a primeira vez que está assumindo o cargo. Atuava na área do esporte com entidades e escolinhas de futebol.
Entre as metas está aplicar o conhecimento no que se refere à vulnerabilidade e fiscalização. Chico diz ainda que o trabalho será pesado, principalmente por já ter notado algumas dificuldade em executar algumas etapas do processo. “Mas estamos superando. Os colegas estão com o mesmo empenho”, ressalta.
Quanto à imagem do local, ele diz que é notável que está desgastada. “Mas é a superação individual e o empenho de todos que vai mudar isso”, finaliza.
Eliana Lisboa dos Santos, 45 anos
É uma das mais experientes. Está no quarto mandato. É o segundo consecutivo. Eliana diz que tem algumas expectativas em relação a esse mandato e que espera algumas novidades. “Espero que de fato a criança e o adolescente tenham a prioridade que o ECA propõe. Que tenham prioridade no orçamento do município com programas e serviços públicos de qualidade. Não adianta também oferecer um serviço e não atender a demanda suficiente ou realizar somente em alguns meses do ano”, frisa.
Sua meta, nesta gestão, é fazer uma cobrança para que as políticas públicas não fiquem só no papel e assim, o Conselho consiga atingir o objetivo para qual foi criado. “Temos a função de zelar pelo cumprimento dos direitos aplicando medidas protetivas. Mas antes disso fizemos parte de um sistema de garantias, formado principalmente pelo poder público, que tem o dever, na questão da assistência social, de dar proteção a toda a família”, declara.