Microrregião II em destaque

Nesta edição apresentamos quem são e de onde vêm os conselheiros tutelares que vão atender aos casos oriundos da metade da cidade a partir da Avenida Brasil em direção à rua Uruguai

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Daniella Faria/ ON

O Conselho Tutelar é um órgão inovador na sociedade brasileira, com a missão de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente e o potencial de contribuir para mudanças profundas no atendimento à infância e adolescência. Criado por Lei Municipal e uma vez implantado, ele passa a integrar de forma definitiva o quadro das instituições municipais. O órgão deve desenvolver uma ação constante e ininterrupta. Apesar de ser vinculado ao Município, ele não depende da autorização de ninguém para o exercício das atribuições legais conferidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. As decisões tomadas pelos conselheiros só poderão ser revistas pelo Juiz da Infância e Juventude a partir de requerimento.
Essas são algumas das atribuições que os conselheiros da Microrregião II terão que cumprir durantes os próximos três anos.

Confira quem são os conselheiros da Micro II:


Franciele Fontana Queiroz, 24 anos
Está no seu primeiro mandato. Formada em Direito, Franciele atuou três anos no Ministério Público, no setor de medidas protetivas, na área de Infância e Juventude. A primeira impressão do Conselho é que será um local de muito trabalho. “A demanda é muito alta. Já posso dizer que hoje dez conselheiros é pouco para o tamanho do trabalho”, diz.
Quanto à imagem do Conselho, ela ressalta que hoje está abalada e deve ser revertida. O órgão é importante e está a favor da comunidade. “Temos que buscar dentro da nossa estrutura fazer o melhor que pudermos e trazer a comunidade para essa discussão. Você mostra o trabalho para ter o reconhecimento”, destaca.

Jussara Gazzola, 47 anos
No segundo mandato consecutivo, Jussara atuava como técnica de enfermagem na Casa da Criança. Foi a partir daí que surgiu a vontade de conhecer como era o trabalho realizado pelo órgão que levava as crianças até o local.
Nesta gestão, a expectativa é grande e o critério de seleção bastante rigoroso. Ela diz que pretende continuar o trabalho em prol das crianças e adolescentes. Jussara destaca ainda uma novidade que está sendo trabalhada. “Queremos trabalhar diretamente com as escolas. Levar o Conselho Tutelar para realizar palestras e fazer uma parceria com as famílias”, conta.

Celi Rosa, 29 anos

Novata no Conselho Tutelar, Celi trabalha com a área social e integra uma Ong, a Associação Cultural de Mulheres Negras. A partir daí, a conselheira conseguiu descobrir algumas das necessidades existentes nos bairros e distinguir aonde há maior vulnerabilidade social. A primeira impressão do trabalho é que a demanda é maior do que imaginava. “Ainda estamos nos localizando e procurando colocar as coisas em dia”, relata.

Sua expectativa primordial é mudar a visão do Conselho. “Estamos enfrentando uma grande dificuldade com desconfiança da comunidade. Antes olhavam com uma esperança, e a ideia da Micro 2 é resgatar isso”, conta.

Tereza Cappellesso, 60 anos
Em seu segundo mandato, Tereza sabe que o trabalho é árduo e a caminhada é longa. A professora municipal aposentada diz que para ser conselheiro não interessa a escolaridade ou grau de instrução, “tem que ter amor”.
A prioridade para esta gestão é resgatar os valores da família. No momento em que os pais acolherem e trazerem de volta os filhos para dentro de casa, os problemas na rua deixam de acontecer. “Hoje não existe mais a refeição em família, uma oração, falta espiritualidade”, enfatiza.
Ela ressalta também que é necessário ter um bom atendimento para que as pessoas tenham outra visão do órgão. “As mães chegam aqui fragilizadas, sensíveis. É necessário ter uma atenção especial e dar os encaminhamentos necessários”, finaliza.

Eva Chaves Miranda, 45 anos
Experiente, Eva assume o cargo pela segunda vez. A primeira foi em 2005. Ansiosa, diz que já foi escalada para dois plantões e se sente preparada para enfrentar o que tem que ser feito. “Pretendo trabalhar bastante com as famílias, a qual a instituição está muito falha. Quando isso acontece, funciona como uma bola de neve, e nada funcional”, relata.
Eva compara o trabalho do Conselho como de formiguinha, é aos poucos que ele vai mostrando a comunidade para que serve e qual a sua importância. “Queremos combater a violência e a droga. Para isso vamos realizar palestras e visitas nas escolas”, conclui.

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