Um projeto de lei de autoria do vereador Luiz Miguel Scheis (PDT) foi alvo de grande polêmica na última sessão da Câmara de Vereadores. A proposta de lei dispõe sobre horário de funcionamento das lojas de conveniência que operam junto a postos de combustível. O projeto está em análise há três anos e foi desarquivado pelo propositor na semana passada.Na primeira discussão prévia, na sessão de segunda-feira, a lei causou polêmica entre os vereadores. Roque Letti (PDT), companheiro de sigla de Scheis, foi um dos mais enfáticos e chegou a dizer que a lei seria inconstitucional. Já o vereador Aristeu Dalla Lana (PTB) sugeriu que se faça valer a lei do silêncio na cidade ao invés de se criar uma nova norma que penalize os donos de postos.O autor da proposta, Luiz Miguel Scheis (PDT), concorda que a lei é polêmica. No entanto ele justifica que o projeto foi proposto a pedido de uma grande parcela da população, principalmente as pessoas que moram próximas aos pontos de concentração. Segundo ele, inclusive o Ministério Público apoiou a iniciativa. “O projeto estava arquivado e recebemos indagações por parte das pessoas que nos procuraram na época e também por parte da Secretaria de Segurança do município sobre o porquê de o projeto não ter sido analisado. Então desarquivamos o projeto de lei que prevê o fechamento das lojas das 2h às 6h da manhã”, diz.
Problema
Scheis está consciente que a medida não resolverá o problema da cidade com o barulho na madrugada. “Não vai cessar, mas é o primeiro passo. Como policial vejo que o maior índice de criminalidade na madrugada e assaltos a essas lojas aconteceram depois das duas e antes das seis da manhã. Na madrugada, além de não gerar lucro ao proprietário, ele corre risco de ser assaltado”, observa. O vereador argumenta ainda que os responsáveis pelo barulho na rua geralmente não consomem produtos das lojas de conveniência. “Eles trazem de fora, de mercado, pegam de tele-cerveja, a loja de conveniência atrai as pessoas, mas não tem retorno aos proprietários”, completa. O vereador esclarece que um debate deve ser feito com a população para analisar a viabilidade da aprovação do projeto.
Exceção
Uma emenda que já foi aprovada o ano passado e será apresentada novamente pelo propositor enquanto a lei estiver na Comissão de Legislação e Redação prevê exceções à aplicação da regra. “É uma lei muito polêmica. Se vier a ser aprovada teremos uma emenda que isente os postos de combustíveis próximos às rodovias e trevos de acesso a Passo Fundo, para que as pessoas que estejam viajando tenham uma loja de conveniência à disposição”, reforça. Conforme a emenda a ser apresentada, estarão isentos da lei os postos de combustível localizados a 100 metros dos trevos e nas rodovias que circundam o município.
Constitucionalidade
Scheis enfatiza ainda que ao contrário da posição do vereador Roque Letti sobre a inconstitucionalidade da lei, o projeto teve parecer favorável de dois procuradores jurídicos da casa.