A área de instabilidade que atua na região deve se manter pelo menos até o sábado. A partir de hoje ela começa a perder força, no entanto as pancadas de chuva devem ser registradas em áreas isoladas até o início do final de semana. Apenas no domingo o sol deve aparecer.As previsões do último fina de semana indicavam que uma massa de ar seco e frio deveria chegar na região ainda na terça-feira (29). Porém ela não teve força suficiente para empurrar a área de instabilidade responsável pelo grande volume de chuvas registrado desde a última sexta-feira.Conforme o observador meteorológico da Embrapa Trigo, Ivegndonei Sampaio, a forte nebulosidade e a alta umidade relativa do ar, permanecem por mais alguns dias. “As temperaturas até sexta ficarão entre 15°C e 21°C. A partir de quinta e na sexta poderemos ver um pouco mais de sol entre nuvens em alguns momentos, mas mesmo assim chove em áreas isoladas”, pontua.No domingo o sol deve aparecer e as temperaturas devem ter uma queda. A mínima deve oscilar entre 10°C e 12°C e a máxima chega aos 24°C. A partir daí as temperaturas começarão a ter características de outono com mínimas podendo chegar a seis ou oito graus.
Média histórica
A média histórica de chuvas para o mês de março é de 121,3mm. Até a tarde de ontem o acumulado era de 219 mm, que supera a média histórica em 80%. Em março de 2002 o volume total de chuva foi de 258 mm, no entanto elas foram distribuídas uniformemente no período.Abril é o mês com a menor média de chuva, 118,2mm, e as precipitações devem permanecer dentro da média. Maio deve ser parecido com o mês de março, porém com chuvas mais distribuídas durante o mês. Já no inverno o volume de precipitações deve ficar dentro da normalidade. Ainda não está prevista a atuação do El Niño. “Os boletins divulgados apontam que o La Niña está enfraquecendo e o final do outono será com chuvas acima do padrão climatológico”, destaca Sampaio.
Situação das lavouras
O engenheiro agrônomo da Emater Regional de Passo Fundo, Cláudio Dóro, explica que até o momento a interferência maior da chuva foi com a parada na colheita que estava em ritmo acelerado na região. “Isso deixou os produtores preocupados uma vez que o normal seria ter a realização da colheita. Perdas pela qualidade e produtividade não se pode dizer que existam, somente alguns casos pontuais, mas não dá para generalizar”, observa.Segundo Dóro, a aflição do produtor é maior principalmente por ver os problemas climáticos em outras regiões do Brasil e do mundo. “No aspecto econômico não dá pra dizer que existe dano, porque a soja não está passada do ponto. Ela está no ponto de colheita. Se persistir uma condição assim de chuva por mais uma semana, 10 dias, daí muda o quadro e poderá ocorrer perda”, salienta.
Dinheiro na lavoura
Praticamente 40% da produção já foi retirada do campo. Os 60% restantes que estão na lavoura já estão prontos para serem colhidos. “A ordem é colher daqui pra frente. O produtor colheu metade, outra parte está na lavoura e tem potencial muito bom. O agricultor está preocupado e angustiado pra colher aquilo que está na lavoura”, reitera. A necessidade de um período de sol para reiniciar a colheita é necessário para evitar a compactação do solo e o deslizamento das máquinas que fazem o trabalho devido ao solo estar encharcado.