Gerson Lopes
Mesmo com o fim do período da piracema, dezenas de peixes, a maioria da espécie Biru, tentavam transpor o desnível existente em baixo da ponte do rio Passo Fundo, na avenida Brasil, ontem. A movimentação dos cardumes chamou a atenção de quem passava pelo local. técnicos da secretaria do Meio Ambiente examinaram alguns exemplares. Eles acreditam que os peixes, alguns deles medindo aproximadamente 10 centímetros, estão tentando subir o rio em busca de mais oxigênio, em razão das condições da água naquela região, ou de alimentos. O trabalho também foi acompanhado pelo comando do Batalhão Ambiental.
“Certamente estão em busca de um ambiente melhor, é a chamada migração trópica, uma vez que já passou o período da desova” explica o coordenador de licenciamento e fiscalização ambiental, da secretaria do meio ambiente, Glauco Polita. Na tentativa de solucionar o problema, a secretaria deverá instalar hoje no local, duas escadas de madeiras, específicas para esse tipo de situação. Futuramente, a intenção é construir escadas permanentes de concreto.
Análise da água
O resultado da análise da água coletada no rio Passo Fundo, próximo a BR 285, na vila Vera Cruz, divulgado ontem pela Secretaria do Meio Ambiente, confirmou a hipótese de que o mau cheiro e a coloração escura denunciada por moradores, no dia 22 de março, foi provocada pelo alto índice de material orgânico, fósforo, nitrogênio e óleo e graxos.
O exame realizado pelo Departamento de Análise de Efluentes da Universidade de Passo Fundo, apontou o DBO (carga orgânica proveniente de esgoto cloacal) de 84 miligramas por litro, sendo que o índice considerado normal é de 5mg. Para o secretário do Meio Ambiente, Clóvis Alves, a concentração destes materiais, juntamente com a baixa vazão da água, registrada durante aquele período, resultaram na fermentação, ocasionando mau cheiro e coloração escura da água. A secretaria e o Batalhão Ambiental, realizaram limpeza em alguns pontos do rio.