Daniella Faria/ON
“Nos próximos dez anos o varejo será diferente do que foi nos últimos cem”. A afirmação é do vice-presidente da Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) de Porto Alegre, Gustavo Schifino. Ele esteve ontem em Passo Fundo palestrando na reunião almoço da entidade e falou sobre as mudanças do comportamento do consumidor e as atitudes que os varejistas têm que realizar para acompanhar esse processo. Para Schifino três mudanças serão evidenciadas: tecnologia, sustentabilidade e tratamento interpessoal.
A primeira e considerada a principal é a tecnologia, onde estão agregados o e-commerce, o f-commerce e o m-commerce. “Essas letrinhas indicam as maneiras de como o cliente pode acessar o consumo”, explica. O f-commerce, por exemplo, é uma ferramenta mais focada para o Facebook. Já o m-commerce é voltado para compras feitas através da mobilidade dos smartphones. Com o uso da tecnologia tudo que se promete em relação a um produto tem que ser cumprido, caso contrário, o risco das críticas caírem na rede e se espalharem em questões de segundo, é muito grande. O oposto também acontece, quando a expectativa do produto é superada, logo a comunidade espalha. “Tanto o bom quanto o ruim ficam mais evidentes”, avalia. A variável da tecnologia é de extrema importância para se sair da mesmice. Caso contraveio, o varejista corre o risco de perder seus clientes e não perceber que está sendo trocado ou abandonado.
A parte verde da sustentabilidade é outra variável que está ganhando força no mercado. Pesquisas mostram que nos Estados Unidos 40% dos consumidores estão dispostos a pagar cerca de 15% a mais no valor do produto de empresas que são sustentáveis. Isso quer dizer, uma empresa zere a emissão de carbono e que tudo que se emita seja substituído pelo plantio. No caso do comércio, ferramentas simples, como a embalagem, podem ser um diferencial. “É uma característica de varejo que para Passo Fundo ainda tem muito a ser desenvolvida. Se essa sensibilidade está sendo desenvolvida lá fora, daqui a pouco também vai chegar até aqui”, ressalta.
Quanto o tratamento interpessoal serve para fidelizar o cliente. Fazer com que a equipe de trabalho e até mesmo o consumidor abrace a marca ou a empresa é uma variáveis mais difíceis de fazer hoje em dia. “Temos que desenvolver a emoção na hora de vender. Se o cliente não se apaixonar pelo produto ou pelo projeto dificilmente o varejista vai conseguir se manter competitivo no mercado”, termina. Para esse ano a expectativa para esse ano da CDL é de um crescimento de 10% nas vendas.