Começa operação para amenizar poluição no rio Passo Fundo

Máquina precisou abrir clareira para chegar aos pontos mais críticos do rio

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Gerson Lopes/ON

O trabalho para retirar aproximadamente três toneladas de lixo acumulados no rio Passo Fundo, na área pertencente à Embrapa, iniciou ontem à tarde. Em dois pontos, distantes cerca de 30 metros, milhares de garrafas pets, misturados a pedaços de isopor, brinquedos, rodas de carro, capacetes, garrafões de vinho, frascos de desodorante, e uma infinidade de objetos, retratam o descaso e a falta de cuidado com o meio ambiente. A situação no local havia sido denunciada há cerca de um mês, depois que moradores reclamaram da coloração e o mau cheiro da água próximo à ponte, localizada na vila Vera Cruz, mas já era conhecida dos órgãos responsáveis desde 2006. Imagens de satélite divulgadas através do programa Google, apontavam as ilhas formadas pelo acúmulo de lixo em pelo menos três pontos.   

Nos últimos 30 dias, por duas vezes, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, juntamente com o Batalhão Ambiental da Brigada Militar precisou suspender o trabalho de limpeza em razão das más condições do tempo e, principalmente, pelas dificuldades de acesso até a margem do rio.

Descartada a possibilidade de retirar o lixo manualmente, os dois órgãos optaram pelo uso de máquinas. Durante toda tarde de ontem, funcionários da Secretaria de Serviços Gerais, utilizando duas retro escavadeiras, abriram uma clareira de aproximadamente 100 metros na vegetação, formada basicamente por taquaruçu, para chegar até a água.

O trabalho foi acompanhado pelo técnico ambiental do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap), ligado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Igor Kraemer. Segundo ele, a decisão de derrubar a vegetação foi acertada entre todos os órgãos envolvidos na operação. “Como se trata de uma área de proteção permanente, procuramos causar o menor impacto possível. A quantidade de taquara demonstra que o local já sofreu desmatamento. Não é uma decisão fácil, mas era uma situação urgente. Vamos acompanhar as ações de reflorestamento com o plantio de árvores nativas” explica.  
Para o secretário do meio ambiente, Clóvis Alves, o acúmulo do lixo ocorreu naquele local em função da mata ciliar.  São aproximadamente três toneladas de material poluindo a água, que poderiam ter uma destinação correta. “Parte vem das bocas de lobo, e também de afluentes. Tem as pessoas que fazem a triagem do lixo perto do rio e jogam o descarte direto na água. Também temos casos registrados de pessoas que colocam o lixo doméstico no porta-malas do carro e dispensam na primeira ponte que encontram. Tudo isso colabora para essa situação” lamenta Alves. Com o acesso das máquinas até a beira do rio, a retirada dos resíduos deve ser retomada na manhã de hoje. O material será depositado no aterro sanitário.
Como medida de prevenção, técnicos do meio ambiente planejam a instalação de redes protetoras em pontos diferentes do rio. A intenção é conter o lixo e facilitar a limpeza. Uma das telas deverá ser colocada     onde acontece a limpeza, nos fundos da Embrapa, e outra nas proximidades da ponte, na avenida Brasil. “A tela vai ficar acima da lâmina da água. Dessa forma evitaremos que o material se espalhe” explica o coordenador de licenciamento e fiscalização ambiental, da secretaria do meio ambiente, Glauco Polita. O trabalho de ontem contou com a participação de pelo menos 20 homens, entre funcionários da prefeitura e policiais militares.

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