Gerson Lopes/ON
Na tentativa de reparar o dano causado ao meio ambiente, provocado pela falta de conscientização, funcionários da prefeitura trabalham há três dias na remoção de toneladas de lixo acumulado no rio Passo Fundo. Desde quinta-feira, pelo menos oito cargas de entulho já haviam sido retirados da água.
A operação iniciou na quarta-feira e está sendo feita com a utilização de uma draga. Para ter acesso até a margem, foi necessário abrir uma clareira de aproximadamente 100 metros por entre a vegetação. O lixo jogado na água, em diferentes regiões da cidade se concentrou em três pontos, distante cerca de 30 metros, nos fundos da Embrapa. Além do mau cheiro provocado pela fermentação dos materiais, o entulho estava interferindo no fluxo normal do rio.
Um dos locais mais críticos, onde havia milhares de garrafas pet, misturadas com capacetes de motociclista, pneus, pedaços de móveis e de eletrodomésticos, brinquedos e muito isopor, já foi totalmente desobstruído. Para conter o lixo e facilitar a remoção, funcionários da secretaria do Meio Ambiente, e policiais do Batalhão Ambiental instalaram uma rede de contenção sobre a lâmina da água, distante cerca de 50 metros do local da limpeza. O mesmo equipamento deverá ser colocado próximo à ponte, na Avenida Brasil.
De acordo com o coordenador de licenciamento e fiscalização ambiental, da Sema, Glauco Polita, a partir de segunda-feira, a retirada do lixo passará a ser realizada manualmente. A intenção é utilizar um barco para ter acesso aos locais fora de alcance da máquina. O trabalho deve se estender por mais 10 dias.
Após a conclusão, o órgão pretende iniciar o projeto de recuperação da área degrada, com o plantio de árvores nativas. O Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap), órgão ligado à Secretária Estadual do Meio Ambiente, já designou um técnico para acompanhar o reflorestamento.
Para evitar que a situação volte a se repetir, a Sema pretende iniciar um trabalho de conscientização da população. O primeiro passo será a montagem de uma exposição com fotografias mostrando o lixo acumulado no rio e o trabalho de remoção. “Vamos tentar sensibilizar a comunidade. Não podemos chegar ao ponto em que chegamos” diz Polita. A secretaria cogitou expor alguns objetos retirados do rio, mas acabou desistindo para evitar uma possível contaminação. Todo o material está sendo levado para o aterro sanitário.
Antes
A concentração de lixo no rio Passo Fundo, na área da Embrapa foi descoberta, há pouco mais de um mês, depois que moradores denunciaram o mau cheiro e a coloração escura da água, na ponte da vila Vera Cruz, proximidades de acesso à estação da Corsan. Policiais do Batalhão Ambiental percorriam o leito do rio em busca de possíveis descartes de produto químico e se deparam com toneladas de garrafas pet e outros objetos encalhados em três pontos diferentes. O problema já havia sido identificado em 2006 através de imagens de satélites, mas nada foi feito. Na quarta-feira, antes do início dos trabalhos, a situação do rio era chocante. A quantidade de lixo formava uma ilha impedindo o fluxo da água.
Depois
Após três dias de trabalho, a cena ontem no local já era bem diferente. Com a remoção de oito cargas de entulho pela draga, era possível visualizar a água e o leito, antes encobertos pela poluição.