Preço e venda de soja recuam

Preço da saca teve uma queda de aproximadamente R$ 5 em relação aos contratos efetuados no final do ano passado

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Leonardo Andreoli/ON

A queda no preço da soja nos últimos dias é responsável pela retração também nas vendas da commodity. As cotações na Bolsa de Chicago e a desvalorização do Dólar frente ao Real estão entre as causas da baixa. Mesmo com esse cenário, os fatores fundamentais de preço a médio e longo prazo são positivos para a recuperação dos valores. Aposta agora é vender apenas o necessário para pagamento de dívidas e especular com a produção, ainda não vendida, mais tarde no mercado.
A análise de mercado é feita pelo engenheiro agrônomo da Emater, Cláudio Dóro. Ele explica que a soja que já foi cotada no balcão a R$ 46, hoje está sendo comercializada a R$ 41 a saca. “Consequentemente travou-se a comercialização e ela está se procedendo de forma mais lenta. Os produtores estão vendendo o necessário para pagar suas contas. Isso caracteriza em oferta de pequenos lotes. Agora em 31 de maio entra o valor daqueles contratos efetivados em novembro e dezembro principalmente para a liquidação de financiamentos bancários”, observa.

A queda dos preços em Chicago se deve a diversos fatores: primeiro aos fundos de investimento; a grande queda nas exportações americanas nas últimas semanas; a China que estava voraz no mercado em questão de 20 dias atrás e reduziu as compras dos EUA e as direcionou para a America Latina pela oferta maior; além do Dólar que continua enfraquecido em relação ao Real. “Tudo isso atuou negativamente nos preços”, acrescenta Dóro.

Cenário positivo
Mesmo com os preços atuais baixos, a expectativa é de que eles tenham uma melhora a médio e longo prazo. “Sabemos que os fatores fundamentais a médio e longo prazo são positivos. Temos estoques americanos baixos, toda a safra dos EUA que está sendo implantada e está correndo riscos climáticos e também o aumento muito forte da demanda, principalmente da soja para a indústria de biocombustíveis”, prevê. Sobre a baixa ele explica que esse é um momento sazonal definido pela lei da oferta e procura. “A entrada da safra da America Latina no mercado tem como resultado nas indústrias que recuam e forçam a baixa do preço para conseguir comercializar mais baixo e fazer média com o preço alto que eles pagaram no início”, argumenta. O conselho de Dóro é de que o produtor que tiver como reter a soja, e vender o estritamente necessário para pagar as contas, faça isso para poder especular no mercado futuro.

Safra vendida

O levantamento feito pela Emater aponta que em torno de 45% da safra da região foi comercializada. Isso inclui os contratos realizados em novembro e dezembro para pagamento em 31 de maio. A região plantou em torno de 816 mil hectares e colheu 2,446 milhões de toneladas.

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