Mais de cinco mil enfermeiros atuam na região

Profissional que comemora hoje o seu dia encontra mercado de trabalho em instituições de saúde e até mesmo como profissional liberal

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Natália Fávero/ON

Muitos pacientes internados chamam os enfermeiros de anjos. Mais que oferecer os cuidados técnicos, esses profissionais são quase que um remédio para a dor e a angústia dos enfermos. Passo Fundo é um polo regional em saúde e isso significa que é necessário muitos “anjos” para atender a demanda diariamente. A profissão está em alta. Atualmente, dos cinco mil profissionais da região, mil atuam em Passo Fundo.

Os enfermeiros representam uma grande classe que está em permanente ascensão no mercado de trabalho. Segundo o diretor do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (SERGS), Edilson Eliseu dos Santos, essa é a terceira categoria em números na área da saúde. “É uma profissão gratificante, que tem um salário razoável e está em alta no mercado”, diz Santos.   

O enfermeiro atua nos setores administrativos e assistenciais na área da saúde pública, em hospitais, clínicas, empresas privadas e também no atendimento domiciliar. O salário base da categoria é de aproximadamente R$ 1,5 mil. Alguns conseguem ganhar mais quando fazem jornada dupla. O sindicado salienta que tem enfermeiros que ganham até R$ 5 mil, dependendo da empresa. Uma das lutas é pela redução da carga horária para 30 horas semanais. “O mercado regional absorve os profissionais, mas é preciso ser qualificado. O salário deveria ser mais valorizado, eles lidam com vidas e tem uma grande responsabilidade. É um trabalho muito desgastante”, afirma o diretor do SERGS.

“Os enfermeiros são anjos da guarda”
A frase foi dita pela paciente Teresinha Zoca Vargas, de 65 anos que se emociona ao falar sobre os enfermeiros. Internada há 15 dias no Hospital São Vicente de Paulo, a paciente diz que as palavras e o carinho são tão importantes quanto o medicamento. “Eles são protetores, carinhosos, delicados e também se preocupam com o nosso lado emocional. Ser enfermeiro é uma filosofia de vida. É uma profissão abençoada”, declara a paciente.

A enfermeira Heide Elisabete W. Hoffmann é enfermeira há três décadas e retribui o carnho da paciente. “Escolhi ser enfermeira porque é uma profissão de dedicação ao próximo na questão do cuidado e no restabelecimento dos pacientes. É muito gratificante quando o nosso trabalho é reconhecido”, diz a enfermeira.

“Devemos nos colocar no lugar dos pacientes e dos familiares. Se o enfermeiro fizer isso fará um bom atendimento”

Esses são os conselhos de uma enfermeira experiente no assunto. Liege Silveira Dutra tem 30 anos de profissão e se formou na primeira turma de enfermagem da Universidade de Passo Fundo. Iniciou sua carreira trabalhando em hospital, depois montou seu próprio negócio na área de atendimento domiciliar e anos mais tarde, retornou para a área hospitalar. Atualmente, Liege é a chefe de enfermagem do Hospital São Vicente de Paulo, um dos maiores do interior do Estado. Ela é responsável por chefiar 130 enfermeiros, e cerca de mil técnicos e auxiliares.

A preferência dela sempre foi trabalhar em contato com os pacientes na área de assistência. Antes de chefiar a enfermagem, atuou na CTI, na Recuperação, no setor de internações. “Gosto muito de atender pacientes graves, tanto que eu trabalhava na CTI e na sala de recuperação. É muito gratificante ver o paciente se recuperando a cada dia e depois sair caminhando. Você vibra junto com a família”, explica Liege.

Hoje, o trabalho dela é administrar a enfermagem e garante que o atendimento é fundamental para os pacientes. “Os pacientes não estão aqui por que querem. Nós sim estamos aqui por opção, porque gostamos daquilo que fazemos. Pessoas fragilizadas e que não são firmes não aguentam nessa profissão. É preciso ter uma boa estrutura, porque é uma profissão gratificante, mas também é estressante tanto na área de assistência como na parte administrativa”, revela Liege.

Técnico de enfermagem

No próximo dia 20 de maio, os técnicos de enfermagem também comemoram o seu dia. Quem não consegue fazer uma faculdade de ensino superior na área de enfermagem, opta pelos cursos técnicos a nível de ensino médio. Hoje, existe cerca de quatro escolas técnicas de enfermagem em Passo Fundo formando pelo menos 250 profissionais por semestre, sendo que na região atuam dez mil profissionais. O salário desses profissionais é de aproximadamente R$ 800,00. O diretor do SERGS explica que o técnico de enfermagem não realiza procedimentos tão complexos quanto o enfermeiro. Hoje um curso técnico demora em torno de 18 meses. Já a faculdade tem duração de quase cinco anos.

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