Gerson Lopes/ON
Uma reivindicação antiga dos moradores da grande Santa Marta pode finalmente sair do papel. Há pelo menos uma década, a comunidade busca o alargamento da rua João Catapan, entre o trevo da Perimetral (RS 324) até a Socrebe, juntamente com a construção do passeio. São aproximadamente 300 metros por onde circulam diariamente centenas de veículos e pedestres.
O trecho é a única porta de acesso da RS 324, aos bairros Força e Luz, Santa Marta, Donária e 20 de Setembro, além de ser o caminho à localidade de Capinzal e ao município de Nicolau Vergueiro. A preocupação das lideranças é ainda maior em razão do número de crianças que passam diariamente pelo local. Naquele trecho, encontram-se a escola estadual de ensino fundamental Maria Dolores Freitas Barros e a Socrebe. “É uma rua muito antiga, tem apenas nove metros de largura e sem passeio, as pessoas se arriscam disputando espaço com os veículos. Em razão das escolas, o movimento é muito grande.
Como há espaços nas laterais, uma pista a mais pode resolver” diz o presidente do bairro Força e Luz, Ivan Carvalho dos Santos. Ontem à tarde, lideranças da comunidade, professores, e representantes de três secretarias municipais estiveram reunidos em busca de uma solução para o problema. O secretário de obras, Ermindo Simonetti, se comprometeu em realizar um projeto, juntamente com o setor de engenharia da prefeitura, para avaliar o limite de área disponível nas laterais da pista. Concluído o levantamento preliminar, que deve levar aproximadamente 15 dias, o projeto passará pelo prefeito Airton Dipp. “Sem dúvida é uma obra necessária. Também vamos fazer um levantamento de custos e estudar a viabilidade” diz Simonetti. Após a primeira fase dos trabalhos, será marcada uma nova reunião com as lideranças comunitárias. Acompanhando de perto a discussão que já se arrasta por mais de uma década, Santos saiu otimista da reunião, mas reforça a necessidade da obra. Segundo ele, os riscos de acidentes e atropelamentos naquele trecho devem aumentar ainda mais com a conclusão das 900 casas na vila Donária. “Esperamos que desta vez não fique apenas na conversa. Pela reunião que tivemos acredito que a obra sai” projeta.
Convivendo com o perigo
Diariamente, pedestres e veículos disputam o mesmo espaço nos 300 metros da rua João Catapan. A situação fica se agrava ainda mais nos horários de entrada e saída da escola. Sem o passeio, os pedestres se arriscam entre os carros. Luciana da Silva, 23 anos, conhece o perigo de perto. Moradora do bairro Menino Deus, duas vezes ao dia ela percorre o trajeto para levar e buscar os dois filhos, um de cinco e outro de um ano e meio, até a creche da Socrebe. Sem calçamento nas laterais, ela caminha pela rua, levando uma das crianças no carrinho, e outra pela mão. Em alguns trechos, quando há fluxo de veículos nos dois sentidos, vê-se obrigada a desviar para não ser atropelada. “Passo por essa situação com meus filhos todos os dia. A rua é o único lugar para passar, corremos o risco de atropelamento. Se tivesse uma calçada seria bem melhor” afirma.