Abrigos de ônibus que não ?EURoeabrigam?EUR?

Estrutura frágil, depredação e dezenas de publicidade fixadas na estrutura contribuem para a degradação. Os usuários de ônibus ficam desprotegidos, principalmente em dias chuvosos

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Natália Fávero/ON  

Dos 63 abrigos de ônibus instalados há quase quatro anos, poucos estão conservados. Em muitos pontos os bancos são insuficientes, a parte de trás não existe mais ou está estragada, e a estrutura em si não protege a comunidade em dias chuvosos. Os abrigos foram confeccionados em policarbonato com a estrutura metálica de tubo de aço galvanizado. O vereador José Eurides de Moraes, que em 2007 era secretário de Mobilidade Urbana, disse na época que se não “houvesse vandalismo, os novos abrigos poderiam durar de 20 a 30 anos”. Parece que o vereador estava prevendo que a estrutura não comportaria a depredação.

O material frágil associado a depredação do patrimônio público contribuíram para que em menos de quatro anos a situação dos abrigos se tornassem uma “vergonha para uma cidade pólo em saúde, educação, serviços e agora em indústrias”, como relatou a usuária de ônibus, Mariza da Luz. As dezenas de publicidades coladas na estrutura danificam ainda mais as paradas e promovem uma imagem desagradável.

Os abrigos foram adquiridos com recursos de uma emenda parlamentar do deputado federal Beto Albuquerque no valor de R$ 300 mil com 20% de contrapartida do município. As paradas foram instaladas em 39 pontos, sendo que 19 delas estão na área central, principalmente na Avenida Brasil. Foram gastos R$ 3,5 mil em cada um deles, sendo que parte do recurso para mais 20 abrigos acabaram sendo perdidos. Segundo a secretária atual de Mobilidade Urbana, Mariniza dos Santos, os documentos da secretaria da época, apontam que “a instalação foi cancelada, porque a estrutura não cumpria a função de abrigar e houve uma tentativa de modificar o projeto e nesse meio tempo os recursos foram perdidos”.
Atualmente, o município possui 1,2 mil paradas e um déficit de 300 abrigos.Mensalmente, 1,5 milhão de passageiros utilizam o transporte coletivo.

Usuários reclamam
A dona-de-casa, Mariza da Luz disse que vem ao centro frequentemente para consultas médicas e não suporta mais ter que enfrentar dias chuvosos nas paradas que não oferecem a mínima proteção. “Dia de chuva a gente tem que quase subir nos bancos pra não se molhar. Dia de sol tem que achar uma sombra para esperar o ônibus. Eu preferia aquelas antigas que tinham. Em cidades menores, as paradas são bem modernas como em Tapejara e Guaporé, agora em Passo Fundo que é polo em tudo não tem umas paradas decentes”, desabafou Mariza.
O estudante, Célio Soares, enfatizou que os abrigos não oferecem nenhuma proteção. “A parte de trás é aberta, a água escorre e molha as pessoas em dias de chuva. Os bancos acabam ficando molhados e temos que ficar em pé. Essa estrutura precisa ser repensada”, opinou o estudante.

Não há recursos
A secretária de Mobilidade Urbana informou que no momento não há verbas disponíveis para fazer novos abrigos ou remodelar os já existentes. Mariniza disse que há um projeto em parceria com a Codepas para investir em novos abrigos, mas ainda não há uma data para que essa ideia saia do papel.
Ela enfatizou que o principal problema é a depredação do patrimônio público e a fixação de publicidade que são expressamente proibidas. A secretária informou que haverá fiscalização e os responsáveis serão autuados.

Codepas é parceira
O diretor presidente da Codepas, Saul Spinelli, disse que deve haver uma parceria entre a iniciativa privada e poder público para que haja um espaço adequado para publicidade possibilitando em troca, investimentos para novos abrigos.
Uma parada ideal na opinião de Spinelli pode ser feita com até R$ 2 mil, com bancos adequados, piso de concreto adaptado para os deficientes visuais e com lixeira.

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